Produtos importados como bacalhau, frutas secas, amêndoas e castanhas, presentes na mesa do consumidor no final do ano, já estão mais caros em função da valorização da moeda norte-americana e do euro. Mesmo assim, os lojistas da Capital acreditam que as vendas não serão prejudicadas, uma vez que, tradicionalmente, a comercialização desses itens aumenta no Natal. Além disso, muitas empresas estão absorvendo parte dos reajustes para tentar reduzir o impacto.
De acordo com o proprietário da Banca Santo Antônio, localizada no Mercado Central, João Igino, geralmente em dezembro há uma elevação de cerca de 25% das vendas de produtos importados.
Alguns produtos já tiveram os preços reajustados em função da valorização do dólar frente ao real. Mas a empresa não trabalha com a estimativa de redução das vendas em comparação ao mesmo período do ano passado. O bacalhau Saithe, por exemplo, que era comercializado a R$ 19,80, agora é vendido a R$ 23,80. Apesar de comprar as nozes cerca de 20% mais caras, o empreendedor afirmou que o preço para o consumidor foi elevado em apenas 8%.
Segundo Igino, se o repasse fosse feito na mesma proporção, as vendas iriam cair. "Não acredito que o consumidor irá trocar o produto importado pelo nacional. A amêndoa, por exemplo, trazida dos Estados Unidos e Europa, está com o preço quase igual ao da castanha do Pará e de caju", disse. A previsão é que no Natal deste ano seja registrado um crescimento de 5% frente ao mesmo período de 2007.
No Empório Ananda, também situado no Mercado Central, a previsão é de que o incremento seja ainda maior. No final deste ano as vendas devem ficar entre 8% e 10% mais aquecidas em comparação ao exercício passado. No entanto, o supervisor de Vendas, Eduardo Carlos de Campos, ressaltou que a meta só poderá ser alcançada se os importadores de São Paulo normalizarem as compras.
Segundo ele, desde que a cotação do dólar disparou os comerciantes que negociam com os fornecedores estrangeiros interromperam as atividades. "Estamos vendendo o que já estava no estoque, mas não sabemos ainda por quanto tempo poderemos atender à demanda", disse. (CC)
Veículo: Diário do Comércio - MG