Preços do frango já mostram recuperação

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Após enfrentar quase três meses de retração nos preços, o frango está recuperando a rentabilidade em Minas. Na comparação dos valores pagos pelo quilo do animal vivo, entre a primeira quinzena de junho e o mesmo período do mês atual, foi registrada alta de 25,9%. A tendência é de que os preços mantenham a trajetória de valorização, que será sustentada pelo aumento dos valores das carnes suínas e bovinas, pelas exportações crescentes e pela redução da produção de frango em Minas e restante dos estados produtores. Mesmo com a alta os produtores ainda trabalham abaixo da margem de lucro.

 

De acordo com o analista de mercado da Safras & Mercados, consultoria especializada em agronegócio, Fernando Henrique Iglesias, a situação dos produtores ainda é crítica, uma vez que os preços pagos pelo frango estão inferiores aos custos de produção. A tendência é de que, se não houver recuperação da cotação, a produção seja novamente reduzida.

 

Em Minas, o preço médio do quilo de frango vivo, entre 1º e 18 de julho, foi R$ 1,70. No mesmo período do mês anterior, o valor médio girava em torno de R$ 1,35. A alta de 25,9% é explicada, principalmente, pela redução da oferta no mercado interno.

 

"Para que os produtores mineiros obtenham lucro com a atividade é necessário que os preços fiquem entre R$ 1,85 a R$ 1,90. Estes valores devem ser alcançados ainda neste mês. O aumento do preço das carnes suína e bovina será um dos fatores para a alta, já que a carne de frango tem valores mais atrativos, o que incentiva a migração do consumo", diz Iglesias.

 

De acordo com o analista, ainda não foi possível mensurar o impacto dos preços baixos na redução da produção de frangos em Minas e no país. Porém, a medida foi tomada para reduzir os prejuízos. Além da baixa cotação, o encarecimento dos custos de produção está desestimulando os empresários do setor.

 

O milho, principal insumo da atividade, acumula alta superior a 60% de 2010 para 2011. Mesmo com a colheita do cereal, os preços se mantiveram em patamares elevados, o que comprometeu ainda mais a rentabilidade da avicultura mineira. No primeiro semestre do ano anterior, a saca de 60 quilos de milho custava R$ 16. Hoje gira em torno de R$ 26.

 

Exportações - Outro ponto que contribui para o controle da oferta é o aumento nas exportações no país, o que tem limitado o volume de frango destinado ao consumo interno. De acordo com os dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as exportações de frango no Estado são crescentes.

 

Entre janeiro e junho o produto foi o principal destaque nos embarques de carnes em Minas. Os dados do Mapa apontam para uma receita que alcançou US$ 165,2 milhões, contra os US$ 99,5 milhões registrados anteriormente, o que representa evolução de 66,1%. O volume destinado ao mercado internacional cresceu 34,7%. No acumulado do primeiro semestre foram embarcadas 93,4 mil toneladas, contra as 69,3 mil toneladas exportadas anteriormente.

 

"Para que os preços do setor proporcionem lucro é preciso que ocorra um maior controle da oferta de frango no mercado interno, o que pode ser facilitado com o aumento das exportações. As exportações de frango têm sido fundamentais para reduzir os prejuízos dos produtores, que tiveram a situação financeira agravada pelo encarecimento dos custos da atividade", afirma Iglesias.

 

A elevação dos preços do frango também foi observada pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo a entidade, as cotações do frango vivo e da carne registraram ligeiros aumentos ao longo da primeira semana de julho, na maioria das regiões acompanhadas.

 

A expectativa é de que ocorram reações mais firmes dos preços, já que o período é de aumento nas vendas no varejo e, em junho, as exportações de carne de frango in natura aumentaram. No mês anterior, o volume de carne de frango in natura exportado no país totalizou 310,9 mil toneladas, 2,6% superior ao volume embarcado em maio e 1,2% maior que o de junho de 2010.

 

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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