A volta da liderança mundial norte-americana nas exportações de carne bovina pode estar ameaçada.
O total de animais destinados aos confinamentos no país ficou bem abaixo das estimativas do mercado, o que está levando os preços do mercado futuro da Bolsa de Chicago a ter forte reação.
Analistas esperavam aumento de pelo menos 15% no total de animais que seriam incorporados aos confinamentos neste mês. Os dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontaram, no entanto, que apenas 2,25 milhões de animais foram enviados para a engorda.
Ao lugar de evolução, esse total de animais registrou queda de 1% em relação ao número de igual período do ano passado.
Já o total de animais prontos para o abate, e que deixaram o confinamento, subiu para 2 milhões, 7% mais do que no ano passado.
O Departamento de Agricultura dos EUA indicou que o total de animais confinados atingiu 10,7 milhões no início deste mês, 1% mais do que em julho.
As estimativas eram de envio maior de animais para o confinamento devido à forte seca nas principais regiões produtoras dos EUA.
Com os números do Usda, o mercado sentiu uma possível redução de oferta, o que puxou os preços para cima. O contrato referente a dezembro foi negociado ontem a 120,5 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,8%.
A Bolsa já havia subido na segunda-feira, com alguns contratos atingindo o limite de alta.
ARGENTINA - Rebanho cai e exportações do país recuam 20%
Situação pior vivem os argentinos, ex-líderes mundiais nas exportações de carne bovina. Abateram um número de fêmeas acima da paridade normal nos últimos anos e viram o rebanho cair.
O reflexo foi que neste ano, até agosto, as exportações de carne fresca recuaram para 82 mil toneladas, 20% menos do que em igual período de 2010. Perderam espaço em mercados tradicionais como Venezuela e Hong Kong.
BRASIL - Abates crescem com maior demanda interna
A Argentina acelerou o abate de fêmeas há três anos, o que os Estados Unidos fazem agora. Já a Austrália está diminuindo o envio de matrizes para os frigoríficos, o que o Brasil já vem fazendo há mais tempo. O Brasil, que já sente pressão interna por carne e eleva o abate de bois, como ocorreu em Mato Grosso no mês passado, deve ser o primeiro entre os grandes produtores de carne bovina a recompor o rebanho.
Veículo: Folha de S.Paulo