Em janeiro, a cotação do quilo do produto no Estado caiu de R$ 3,27 para R$ 2,90.


A queda na demanda por carne suína, ao longo de janeiro, provocou redução de 11,3% nos preços pagos pelo quilo do animal vivo em Minas Gerais. De acordo com o Boletim do Suíno, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o enfraquecimento da liquidez no mercado suinícola já era esperado e é explicado pelo período de férias escolares e pelo aumento dos gastos com impostos, o que impacta de forma negativa na demanda.

De acordo com os pesquisadores do Cepea, o recuo foi observado em todas as regiões produtoras do país, que tiveram quedas próximas às registradas em igual período de 2011. O maior recuo ocorreu em São Paulo, 15,7%.

Em Minas, o preço médio do suíno em janeiro deste ano, posto no frigorífico pelos produtores, foi superior ao praticado em igual período do ano passado. No Estado, o Indicador do Suíno Vivo Cepea/Esalq recuou no mês passado de R$ 3,27 por quilo para R$ 2,90. Em janeiro de 2011, a queda registrada nos preços em Minas foi de 14%, com as médias saindo de R$ 3,24 por quilo para R$ 2,80 por quilo.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Pena, a situação do produtor em janeiro ficou desfavorável, já que além da queda nos preços houve aumento nos custos de produção, que foram impulsionados pelo preço do milho.

Parte da recuperação dos preços deve acontecer ainda este mês. Segundo os dados da Asemg, o preço do quilo do suíno vivo em 9 de fevereiro, na média estadual, estava em torno de R$ 2,90, o que representa valorização de 3,5% sobre os preços praticados no final de janeiro. "Com o encerramento do período de férias e a retomada da demanda acreditamos que os preços do suíno irão se recuperar", diz Pena.

Segundo as informações do Boletim do Suíno, em janeiro todas as regiões produtoras do Estado apresentaram queda. O maior recuo foi observado em Belo Horizonte, onde chegou a 13,8%. O preço médio praticado na região foi de R$ 3,03, o valor mínimo ficou em R$ 2,90 e o máximo em R$ 3,37.

A desvalorização foi observada também na região Sul do Estado. Os produtores da região encerraram janeiro vendendo o produto a preços 12,1% inferiores aos praticados no início do mês. O valor mínimo recebido ficou em torno de R$ 2,84, o máximo em R$ 3,34 e a média em R$ 3,04.

Em Ponte Nova, na Zona da Mata, a queda em janeiro, segundo o Cepea, ficou em 11,2%. No período, o valor máximo praticado chegou a R$ 3,37, o médio foi de R$ 3,08 e o mínimo R$ 2,97.

A queda de 10,5% foi registrada em Patos de Minas, no Alto Paranaíba. Em janeiro, o valor máximo recebido pelo produtor chegou a R$ 3,19. O preço mínimo praticado na região ficou em R$ 2,85, e a média em torno de R$ 2,97.


Exterior - A queda na cotação do produto foi observada também no mercado internacional. O preço da carne suína nas exportações mineiras, de dezembro para janeiro de 2012, caiu 37,28%, passando de US$ 3,855 mil para US$ 2,418 mil.

O volume de carne suína destinado ao exterior também foi menor no período. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o recuo no volume ficou em 8,97%. Minas Gerais exportou em janeiro de 2012 cerca de 2,457 mil toneladas, 2,699 mil enviadas em dezembro de 2011. Com a queda nos preços e nos volumes exportados, a receita gerada recuou 42,9%, passando de US$ 10,4 milhões para US$ 5, 9 milhões.

Na comparação de janeiro de 2012 com igual mês anterior, as exportações de carne suína apresentaram expansão significativa no faturamento. A alta no período foi de 122,29%, alcançando faturamento de US$ 5,9 milhões. O volume embarcado também foi ampliado e chegou a 2,457 mil toneladas, contra 966 toneladas enviadas em igual período do ano anterior, alta de 154,31%.


Veículo: Diário do Comércio - MG