A Câmara de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior deverá decidir, em maio, sobre a solicitação feita pelos grandes frigoríficos nacionais de fixar um imposto sobre a exportação de gado em pé, atividade que vem crescendo no Norte e no Sul do País. Os frigoríficos alegam que a exportação gera falta de gado para abate interno e, com isso, aumenta o preço do boi e da carne. Os produtores dos principais estados exportadores, principalmente Rio Grande do Sul e Pará, usam argumento semelhante para defender as exportação sem qualquer taxa. Dizem que elas garantem aumento do preço do boi, ampliando a margem de lucro dos criadores, historicamente muito baixa.
O pedido de taxação foi feito pelas associações dos grandes frigoríficos – Abrafrigo, Abiec e Uniec – e o contra-ataque pela Associação Brasileira dos Exportadores de Gado, cujo superintendente, Gil Reis, faz um balanço da batalha. “Até o presente momento apenas o Ministro da Agricultura se posicionou, formalmente, contra a taxação e isso, acredito, que graças ao trabalho desenvolvido pelo Carlos Sperotto, presidente da Farsul, que também está tentando nos ajudar junto ao ministro do Desenvolvimento Agrário. O ministro do MDIC se comprometeu, verbalmente, a nosso favor e estamos esperando uma posição formal.”
A senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, fez um pronunciamento, no Senado, favorável à exportação, mas os criadores querem uma posição formal da CNA contra a taxação. As federações rurais do Paraná e do Pará já se manifestaram favoráveis à manutenção da exportação livre. Também os parlamentares da Frente Parlamentar Agropecuária. Reis também procurou apoios no Ministério da Fazenda, no Itamaraty, na Casa Civil da Presidência da República e no Serviço do Comércio Exterior.
Veículo: Jornal do Comércio - RS