Setor de carne suína prevê baixa para o início do próximo ano

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O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, prevê uma baixa nas atividades do setor como consequência, principalmente, da demora da retomada do nível de encomendas da Argentina e da Rússia. Segundo ele, os produtores estão se queixando também da elevação de custos causada pela quebra da safra de milho, no Rio Grande do Sul.

No entanto, o impacto desses entraves só deverá ser mais visível no ano que vem e terá efeito temporário, sentido apenas no curto prazo. Com relação à Argentina, Camargo Neto afirmou que "existe uma insegurança jurídica e há falta de transparência na relação comercial. A gente não sabe o quê, quando e como será liberado [o comércio de carne suína para o país vizinho]", embora o governo brasileiro tenha informado que os entendimentos entre as equipes técnicas estão em andamento.

Ao participar do seminário Travas no Comércio Bilateral Brasil-Argentina, em encontro da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira, o presidente da Abipecs observou que houve uma perda de mercado significativa só com as restrições do parceiro do Mercosul. Mas manifestou a expectativa de uma definição para reverter esse quadro a partir de entendimentos que poderão ocorrer hoje (17) entre o ministro da Agricultura do Brasil, Mendes Ribeiro, e o ministro argentino da Agricultura, Norberto Yauha, na 22ª Reunião Ordinária do Conselho Agropecuário do Sul, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

De acordo com o balanço mais recente da Abipecs, as exportações para a Argentina recuaram 87,01%, em março deste ano na comparação com março de 2011, com volume vendido para o país vizinho de 427 toneladas. Já o faturamento foi 85,86% menor, com valor de US$ 1,32 milhão.

No caso da Rússia, que se mantém como o terceiro maior importador da carne suína brasileira, os embarques foram 47,97% menores do que em março do ano passado, com um total de 8.265 toneladas, e o valor apresentou queda de 46,89%, a US$ 25,83 milhões.

Acordo com Argentina

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, disse hoje que o Brasil poderá retaliar produtos provenientes da Argentina caso o país não honre o acordo anunciado em março para importação de até 3 mil toneladas mensais de carne suína brasileira.

A ameaça foi feita durante o programa de rádio "Bom dia, Ministro". "Nossa carne precisa ser liberada, senão vamos dificultar a entrada de produtos argentinos e não será bom para ninguém. Não é isso que a presidenta Dilma quer, mas queremos nosso comércio restabelecido", afirmou.



Veículo: DCI


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