Maior disponibilidade de carne suína e bovina no mercado interno tem impedido a recuperação dos preços.
A maior disponibilidade de carne suína e bovina no mercado interno tem impedido a recuperação dos preços pagos pelo frango em Minas Gerais e demais regiões produtoras. De acordo com o levantamento da consultoria Safras & Mercado, os valores em Minas Gerais se mantiveram em torno de R$ 1,80 por quilo, enquanto o preço mínimo para cobrir os custos seria de R$ 2.
A expectativa para o setor era que os preços se recuperassem no início de maio, o que seria estimulado pelo recebimento dos salários, pela alta do consumo e pelos resultados positivos observados nas exportações brasileiras. Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, por mais uma semana a expectativa de recuperação dos preços não se concretizou.
"Tivemos o período de virada de mês, com recebimento de salários pela população e, mesmo com um bom volume de exportação e de oferta interna ajustada os preços não evoluíram", disse Iglesias.
O frango vivo em Minas Gerais encerrou a semana ente os dias 7 e 11 de maio cotado a R$ 1,80, no mesmo intervalo do mês anterior os preços variavam em torno de R$ 1,90, queda de 5,2%. A redução observada na cotação do milho contribuiu para reduzir, em partes, os prejuízos dos avicultores. O custo estimado para a produção de um quilo de frango vivo está em torno de R$ 2, ante os R$ 2,1 praticados em abril.
Conforme o analista, o mercado avícola no momento teria condições naturais de reagir. "Houve um decréscimo considerável nos alojamentos de pintos de corte nos últimos meses, as vendas externas continuam em expansão, mas a realidade é de que os preços pagos aos produtores não conseguem avançar".
A situação é justificada pela maior disponibilidade interna das carnes concorrentes, como a suína e bovina. "Para complicar, para o cenário no curto prazo não temos expectativas de retomada dos preços, isto pela tendência da cotação do boi gordo cair significativamente, tendo em vista que maio é o mês do ano em que o setor apresenta a maior disponibilidade de oferta de carne no mercado", analisa.
Embarques - No segmento externo os volumes embarcados estão em crescimento, porém a receita gerada com as vendas de frango, na média nacional, não está valorizando em função do câmbio.
"Ainda que o câmbio esteja melhorando para o exportador, passado esse momento de instabilidade financeira mundial, ele tende a voltar ao patamar de R$ 1,90 por dólar. Haveria a possibilidade de melhora nos preços com a agregação de valor ao produto", avalia.
Segundo os dados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), as exportações de carne de frango registraram queda de 0,5% em receita entre janeiro e abril de 2012, na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando US$ 2,543 bilhões. Nos volumes, que somaram 1,3 milhão de toneladas, houve incremento de 3,7% frente ao primeiro quadrimestre do ano passado.
Considerando apenas o mês de abril, houve redução de 4,7% na receita das exportações na comparação com o quarto mês de 2011, com total de US$ 656,8 milhões. Já em volumes, os embarques registraram crescimento de 1,8%, chegando a 331 mil toneladas.
Em Minas Gerais, os embarques de frangos em abril alcançaram 17,7 mil toneladas, volume 4,7% superior ao exportado em igual mês de 2011. Em relação à receita, no mesmo período, foi gerado US$ 31,4 milhões, o que representa incremento de 3,63% sobre os US$ 30,3milhões movimentados anteriormente. No acumulado do primeiro quadrimestre o recuo na receita foi de 4,54%, com faturamento de US$ 103,2 milhões. O volume embarcado, no período, se manteve praticamente estável, com 60,1 mil toneladas destinadas ao exterior.
Veículo: Diário do Comércio - MG