Embargo russo faz um ano e setor de suínos registra prejuízos

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Ao completar, hoje, um ano, o embargo russo à carne suína brasileira continua em vigor. Embora o governo federal tenha negociado e quatro plantas tenham sido liberadas, nenhuma empresa dos estados embargados - Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso - recebeu aval para exportar à Rússia. Atualmente, há 48 frigoríficos brasileiros autorizados a exportar à Rússia, dos quais 29 são de carne bovina, 4 são de carne suína, e 15, de carne de ave. E 91 estão na lista do embargo e enfrentam "restrições temporárias", segundo o governo russo.

 

De janeiro a maio deste ano, a exportação para os russos caiu 47,50% em volume e 48,62% em receita na comparação com 2011. O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, cobra agilidade. "Somente há 15 dias os documentos solicitados teriam sido remetidos. Não é possível que a administração pública leve 360 dias para elaborar." Vencida esta etapa, os russos são esperados no País neste semestre. O Ministério da Agricultura informou que aguarda respostas para hoje. Ontem, o ministro Mendes Ribeiro Filho recebeu criadores, em Brasília, que cobraram soluções.

 

Ontem o Ministério da Agricultura anunciou a criação de uma comissão de crise para analisar propostas apresentadas pelo setor da suinocultura em reunião na última quarta-feira (13), em Brasília. "Eu me comprometo a oferecer uma resposta que será elaborada pela minha equipe em uma reunião no próximo dia 27 de junho", afirmou o ministro.

 

As principais reivindicações são a prorrogação dos vencimentos das dívidas de custeio e investimento dos produtores de suínos; o aumento dos limites de crédito para retenção de matrizes, para o valor de R$ 500 por matriz até o limite de R$ 2 milhões por produtor/CPF; e a inclusão da carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).

 

De acordo com Paulo Lucion, o preço pago por algumas empresas pelo suíno vivo nas granjas é de R$ 1,90, muito abaixo do mínimo defendido pela Acrismat. Para manter um animal apto para o abate, o preço pago ao produtor não poderia ser inferior a R$ 2,60 por quilo vivo. "É preciso levar em consideração que o produtor gasta com insumos, como o milho e a soja, que têm tido elevação de preços, especialmente pelas condições climáticas não muito favoráveis que têm abalado nosso país", comentou o presidente da Acrismat.

 

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, reforçou que o principal problema para os exportadores é o embargo imposto pela Rússia e pela Argentina.

 

A próxima audiência acontecerá no dia 27 de julho, às 14h, no gabinete do ministro.

 


Veículo: DCI


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