De olho nos preços, produtores reduziram em cerca de 3% o número de aves nos alojamentos de criação
A redução do número de aves nos alojamentos de corte, observada ao longo dos dois últimos meses, está proporcionando resultados positivos para a avicultura mineira. A medida foi adotada pelos avicultores para minimizar os prejuízos provocados pelo encarecimento dos custos de produção e alavancar os preços, que não estavam gerando lucro. Em outubro foi registrado incremento de 2% nos valores pagos pelo quilo do animal vivo quando comparados com os de setembro e de 6,25% em relação aos preços vigentes em agosto.
De acordo com dados da consultoria Safras & Mercado, devido à redução da oferta, os preços pagos pelo quilo do frango vivo estão lucrativos e a tendência é de novas altas nos dois últimos meses do ano, quando a demanda é alavancada pelas festas de fim de ano. A expectativa é de que o quilo da ave viva, em Minas Gerais, seja comercializado a R$ 2,70.
Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, a tendência para o último bimestre é de nova valorização da carne da ave viva. Mesmo com a estimativa de alta, o volume deverá ser mantido.
"Com a redução da oferta de carne de frango, os preços pagos pela ave foram alavancados e deverão se manter em alta ao longo dos próximos meses. Esta tendência será sustentada pela demanda crescente provocada pelas festas de fim de ano e pelo pagamento do 13º salário. Além disso, o encarecimento das carnes bovinas e suínas também contribuirá para a manutenção da alta observada nos valores do frango", disse.
Custos - De acordo com os dados levantados pela consultoria, em Minas Gerais o quilo do frango vivo é negociado atualmente a R$ 2,55, valor que supera em 12% os custos de produção, que giram em torno de R$ 2,20, dependendo da tecnologia aplicada nas granjas. O valor também está 2% superior ao pago pelo quilo do animal vivo quando comparado com o preço de setembro, e maior em 6,25% em relação ao praticado em agosto.
Enquanto os preços acumulam alta, até setembro os alojamentos de pintos para corte no Estado haviam sido reduzidos em pelo menos 3%.
"A alta registrada desde meados de agosto é fundamental para que os avicultores recuperem parte do prejuízo acumulado ao longo de 2012. O custo de produção aumentou expressivamente neste ano, devido à redução da oferta de grãos como milho e soja no cenário mundial, enquanto os preços se mantiveram abaixo. Estes fatores causaram desestímulos e promoveram a redução dos alojamentos. Diante do cenário atual, a tendência é que a produção se mantenha estagnada, o que é importante para conservar a demanda equilibrada com a oferta", disse.
Em relação aos custos de produção, a tendência é de manutenção dos mesmos em alta, o que só será modificado a partir do segundo bimestre de 2013, quando terá início a colheita da safra de grãos 2012/13.
"A oferta mundial de grãos ainda é restrita, mesmo com o avanço da colheita da safra dos Estados Unidos. A expectativa é de que os custos sejam reduzidos somente em 2013, com a colheita da safra brasileira. Porém, para que a previsão se concretize, dependeremos ainda das condições climáticas favoráveis ao longo dos próximos meses", disse.
Veículo: Diário do Comércio - MG