Para associação, é preciso pensar o futuro da criação de gado

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A aproximação entre pecuaristas e indústrias, que se intensificou no ano passado, ainda não traz resultados para a cadeia, avalia o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Eduardo Biagi. "Até o momento é só retórica. As conversas estão sendo mais constantes, mas nada de concreto ocorreu. O Brasil é o único País que não tem um tipo padronizado de classificação de carcaça, por exemplo", disse Biagi, preocupado com o futuro da criação de gado no País.

Segundo ele, a atividade cresceu nos últimos anos, mas é necessário "pensar no futuro", ou seja, criar medidas para garantir o crescimento da pecuária brasileira. "A indústria tem que estar antenada com o produtor. O que vemos é a união da indústria, mas não dos produtores", afirmou. Para ele, as entidades dos criadores representam bem os associados, mas com atuação limitada regionalmente.

Para Biagi, o pecuarista precisa de incentivos financeiros para seguir na atividade. "Um garrote intensificado, por exemplo, quando é abatido, vale o mesmo que o boi velho. É necessário um prêmio pela qualidade de sua produção e isso não ocorre", declarou. O presidente da ABCZ ainda fez críticas à logística e ao sistema de tributação do País, que, segundo ele, são entraves ao crescimento da pecuária nacional.

A 79ª ExpoZebu tem como tema "Zebu de ponta a ponta" para mostrar a contribuição da raça na alimentação de qualidade da população brasileira e mundial. A expectativa é de que a feira movimente R$ 140 milhões, ante R$ 120 milhões na edição do ano passado.

Demanda sustentará preços

Biagi, estima que os preços pagos ao pecuarista pela arroba do boi gordo em 2013 serão remuneradores. "O consumo interno e as exportações seguirão aquecidos", disse nesta terça-feira, 16, durante lançamento da 79ª Expozebu, que acontecerá entre 3 e 10 de maio em Uberaba (MG). O executivo, no entanto, não sinalizou qual deve ser o nível de preço.

Também sem citar números, ele disse que a oferta de bois confinados será maior em 2013. "Ficará mais barato confinar este ano, por conta da queda dos grãos, principalmente milho, que influencia no custo da alimentação. Isso afetará positivamente as margens do pecuarista", afirmou.

O diretor da ABCZ, Ricardo Caldeira Viacava, no entanto, alerta que o comportamento dos preços no mercado futuro ainda é decisivo na hora de confinar. "Hoje, o contrato outubro mostra um boi gordo a RS 97. Para o confinador, começa a ficar interessante a atividade a partir de RS 110", declarou. Apesar disso, Viacava informou que os contratos a termo feitos em grande parte pelos frigoríficos já estão ocorrendo.



Veículo: DCI


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