Para reduzir dívida, Marfrig negocia com BRF ativos na Ásia

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Frigorífico venderia suas cinco unidades no continente; conversas estão em fase inicial e ainda não há valores

BNDES detém 19,6% das ações da Marfrig; empresa, cuja dívida é de R$ 13 bilhões, deixa investidores cautelosos

A BRF, gigante resultante da fusão entre Sadia e Perdigão, negocia a compra dos ativos da Marfrig na Ásia. O frigorífico, controlado pelo empresário Marcos Molina e com quase 20% de participação do BNDES, precisa reduzir sua pesada dívida, que chega a R$ 13 bilhões.

Estão em negociação cinco fábricas da Marfrig, que opera na Ásia através de sua subsidiária Keystone. As unidades estão localizadas na China (duas), na Tailândia, na Malásia e na Coreia do Sul.

As conversas estão em fase inicial e ainda não foram discutidos valores, mas a Marfrig fatura cerca de R$ 840 milhões na Ásia. O faturamento total do grupo chega a R$ 22 bilhões.

Segundo a Folha apurou, a primeira sondagem ocorreu no início do ano durante almoço entre o presidente-executivo da BRF, José Antonio Fay, e o principal executivo da Marfrig, Sérgio Rial.

As conversas se tornaram sérias na semana passada, quando os dois voltaram a se encontrar acompanhados de assessores. BRF e Marfrig não deram entrevista.

Pressionado pelos credores, a Marfrig informou ao mercado sua intenção de vender ou fechar quatro fábricas no Brasil e duas na Argentina. Mas a empresa está aberta a qualquer negociação.

A Marfrig quer reduzir sua dívida em R$ 2 bilhões neste ano e a expectativa é que a venda de ativos ocorra até o terceiro trimestre.

O plano da Marfrig animou um pouco os investidores, mas o valor de mercado do grupo, que já chegou a R$ 8,3 bilhões em 2010, está em R$ 4 bilhões.

"Estamos cautelosos, porque a dívida é alta", diz Luiz Gustavo Pereira, analista da Futura Corretora.

A BRF já anunciou que pretende produzir na China. Se o negócio com a Marfrig vingar, a empresa iniciará suas operações com um tamanho importante

O BNDES detém 19,6% das ações da Marfrig. O banco estatal injetou R$ 3,5 bilhões no grupo, mas adquiriu sua participação por valores acima dos praticados hoje.

A BRF passou recentemente por uma importante troca de comando. Com apoio do fundo de pensão estatal Previ (Banco do Brasil), o empresário Abilio Diniz se tornou presidente do conselho de administração da companhia.



Veículo: Folha de S.Paulo


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