A abertura de novos mercados como a China e o aumento de vendas para destinos que já recebem carne de frango do Brasil devem garantir exportações 5% maiores em volume em 2009, em comparação aos 3,645 milhões de toneladas registrados de janeiro a dezembro de 2008.
Embora a previsão seja de crescimento no ano, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, reiterou que o primeiro trimestre deve apresentar dificuldades por causa da crise financeira mundial. "O primeiro trimestre será complicado, é crise mesmo", comentou, ao divulgar o comportamento das vendas no ano passado e a estimativa de 2009.
Em novembro, a Abef já havia recomendado aos frigoríficos um corte de 20% na produção até março de 2009. Turra avaliou que o período será suficiente, já que o setor conta com a retomada do mercado depois desta fase. "Estamos confiantes que os demais trimestres permitirão aquecer produção e vendas", avaliou. O efeito da crise aparece nos números de dezembro do setor, que exportou 267 mil toneladas, 11% menos em relação ao mesmo mês de 2007. A receita caiu 18% na mesma comparação, para US$ 427 milhões.
Até outubro de 2008, o setor apresentava crescimento de 17% em volume exportado e 57% em receita. "Com o agravamento da crise financeira no quarto trimestre do ano passado, importadores começaram a propor renegociação de preços, especialmente em países produtores de petróleo", observou Turra.
O crédito escasso, caro e burocrático também atrapalhou o setor, recordou o dirigente. A indústria do setor pediu R$ 2 bilhões ao governo em recursos para carregar estoques e Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACCs), mas reconhece que a liberação encontra muita resistência para não abrir precedente a outros segmentos econômicos.
Incógnita - Apesar da crise no final do ano, a exportação de 3,645 milhões de toneladas foi recorde em 2008 e representou aumento de 11% ante 2007. A receita somou US$ 6,9 bilhões, 40% a mais que em 2007. A retração do último trimestre impediu que o setor atingisse as previsões de exportar 4 milhões de toneladas e faturar US$ 7,5 bilhões em 2008. A Abef não fez previsão para o comportamento da receita com exportações em 2009. Turra justificou que o comportamento do câmbio é uma incógnita.
Os exportadores apostam na expansão de mercados como Gana, Vietnã, Moldávia, Suíça e Mauritânia que são pequenos individualmente, mas em conjunto podem compensar menores embarques para grandes consumidores. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG