A JBS, maior exportadora global de carnes, espera renegociar com credores e obter uma redução de 2% no custo total da dívida da Seara, disse o presidente da companhia em conferência com analistas. A JBS comprou a Seara Brasil, divisão de aves e suínos da Marfrig no início de junho, em operação que envolveu a assunção de R$ 5,85 bilhões em dívidas.
A operação ainda depende de aprovação do órgão antitruste (Cade) para ser finalizada, mas R$ 2,85 bilhões da dívida bruta já foram transferidos para a JBS, segundo informou a Marfrig ao divulgar seu resultado trimestral.
"Mais de 95% da dívida (da Seara) já está negociada, aprovada e aguardando aprovação do órgão regulador brasileiro para formalizar a transferência da dívida", disse o presidente da JBS, Wesley Batista, ontem, em conferência com analistas para comentar os resultados trimestrais.
O executivo acrescentou que os bancos credores da Seara também são "parceiros" da JBS, e a expectativa é ter um perfil melhor do endividamento e uma redução de 2% no custo total da dívida.
Mesmo com a assunção da dívida da Seara, a JBS espera manter o processo de redução de seu índice de endividamento, que terminou o último trimestre em 3,28 vezes (relação entre dívida líquida/Ebitda), número que já inclui o que foi absorvido da divisão de aves e suínos adquirida do grupo Marfrig, disse Batista.
O lucro da JBS dobrou no segundo trimestre de 2013, somando R$ 338 milhões, ante igual período do ano passado, em número próximo das estimativas feitas pelo mercado.
A política de hedge da empresa limitou as perdas pelo impacto cambial, que somaram cerca de R$ 270 milhões no período, devido à alta do dólar, disse o executivo. "Nós 'hedgeamos' e acreditamos que acertamos bastante, porque tivemos um impacto pequeno", disse Batista.
Veículo: DCI