Com o incremento das exportações, expectativa para os próximos meses é manter as cotações em alta.
O aumento do consumo e das exportações de carne suína estão favorecendo a geração de lucro para os suinocultores. Somente em Minas Gerais foi registrado incremento de 7,5% nos valores recebidos pela negociação do quilo do animal vivo ao longo de setembro. A expectativa para os próximos meses é manter os preços em elevação, o que será sustentado pela oferta equilibrada com a demanda e o aumento do consumo.
Segundo dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), ao longo de setembro, o preço recebido pela negociação do quilo do suíno vivo sofreu reajuste de 7,5%, enquanto no início de setembro o volume era negociado na média do Estado a R$ 3,60. No encerramento do mês o quilo estava cotado a R$ 3,90. A expectativa é que durante outubro os preços cheguem a no mínimo R$ 4 por quilo.
Os custos de produção variam entre R$ 2,80 e R$ 3,20, por quilo, dependendo da região de produção. As regiões que concentram a produção de grãos, como o Triângulo e Alto Paranaiba têm os custos mais baixos, enquanto na Zona da Mata, que depende da aquisição do milho e soja de outras regiões e de transporte para os grãos, os custos são mais elevados.
Devido ao período de entressafra de grãos e ao aumento das exportações, principalmente de milho, a tendência é de elevação dos custos, porém em níveis que não comprometam a lucratividade da suinocultura.
Para o vice-presidente da Asemg, José Arnaldo Cardoso Penna, além do aumento do consumo, outros fatores como preços mais competitivos que os da carne bovina e o aumento das exportações têm contribuído para a valorização da carne no mercado interno.
"A oferta atualmente está bem ajustada à demanda e as exportações também têm contribuído para isso. Além disso, a associação vem orientando os suinocultores a aumentarem a produção através do ganho em produtividade e não através da ampliação do número de matrizes. Esta é uma das formas de manter a oferta regulada e favorecer a lucratividade da suinocultura", disse.
Com a atual valorização da carne suína, os produtores, que em 2012 acumularam prejuízos com a elevação significativa dos preços do milho e da soja, estão conseguindo quitar as dívidas e voltar a investir na atividade.
Para Cardoso Penna, o último trimestre do ano deve ser de demanda aquecida e preços elevados. "A concentração do período de
festas, o pagamento do 13º salário e o período de entressafra do boi gordo - que encarece a carne bovina -, vão favorecer a demanda pela carne suína, e a tendência é de preços lucrativos", disse.
Outro fator que também irá estimular o consumo é a "Semana Nacional da Carne Suína" que começa hoje e vai até 16 de outubro. A semana será realizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Grupo Pão de Açúcar e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e terá o slogan "A Carne Suína é 10". A ideia é levar o produto a todas lojas do Grupo Pão de Açúcar, cerca de 507 no país, para estimular o consumo do produto.
"Neste período, os supermercados do Grupo Pão de Açúcar, incluindo as unidades de Minas Gerais, irão promover ações que estimulem o consumo da carne suína, como a demonstração de preparos diferenciados e cortes diversificados por exemplo", disse Cardoso Penna.
Veículo: Diário do Comércio - MG