A decisão de um fundo de investimentos de se desfazer de ações da Marfrig provocou forte queda dos papéis da processadora de carnes no pregão de ontem na BM&FBovespa. A retração das ações da companhia, que chegou a 9,15% na fase inicial da sessão, perdeu fôlego durante a tarde e os papéis fecharam a R$ 4,55, com uma desvalorização de 5,4%.

"Um fundo grande está se desfazendo dos papéis. Parece ser um movimento de 1% ou 2% de ações da Marfrig", disse uma fonte ao Valor. Procurada, a empresa informou que não comentaria movimentações de mercado.

Depois de passar os últimos meses em meio a muitas especulações, os principais executivos da Marfrig realizaram na semana passada uma encontro com analistas para tentar recobrar a confiança dos investidores e esclarecer a estratégia da empresa para os próximos anos, após a venda da Seara Brasil para a JBS, oficializada no início de outubro.

Em entrevista recente ao Valor, o principal executivo e futuro CEO da Marfrig, Sergio Rial, foi categórico ao negar a possibilidade de vender outros ativos além da Seara, como o mercado chegou a especular. "A venda da Seara foi grande o suficiente para evitar futuras negociações. A Marfrig é absolutamente viável", afirmou Rial.

Com maior previsibilidade, o executivo quer reduzir a elevada volatilidade das ações da empresa. Mesmo que bem-sucedido, é um processo que deve levar algum tempo até que o investidor se convença da nova estratégia. Uma primeira mostra disso deve acontecer após a divulgação, em 13 de novembro, dos resultados da empresa no terceiro trimestre.



Veículo: Valor Econômico