Santa Catarina inicia exportação de carne suína para o mercado chileno

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As primeiras cargas de carne suína de Santa Catarina para o Chile começam a ser embarcadas no início do próximo mês. Há cerca de seis meses, os chilenos habilitaram duas fábricas do Estado - da Aurora e da Mabella, esta controlada pelo Marfrig -, mas apenas agora as duas empresas fecharam vendas ao país. A habilitação pelo Chile, que também exporta carne suína, só ocorreu porque Santa Catarina é reconhecida como livre de aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), uma exigência do país andino. 

 

Os primeiros negócios ainda envolvem pequenos volumes. A Aurora embarcará 50 toneladas de carne suína de sua unidade de Joaçaba para Santiago. A própria cooperativa reconhece que a operação "é mais simbólica do que propriamente econômica". De qualquer forma, exportar para o Chile pode credenciar a carne suína de Santa Catarina a entrar em outros mercado, afirma o diretor comercial da Aurora, Leomar Somensi. 

 

Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Suína (Abipecs), observa que o Chile tem potencial de importar cerca de 25 mil toneladas por ano do Brasil, volume importado pela Argentina em 2008. "A venda para o Chile também é importante para diversificar as exportações". 

 

Hoje, o Brasil ainda depende muito do mercado russo, que respondeu por 43% das exportações totais de carne suína (529,4 mil toneladas) em 2008. 

 

O Chile, o primeiro país a aprovar Santa Catarina depois do reconhecimento pela OIE, só começou a fechar negócios com o Brasil agora porque no ano passado viveu restrições às suas próprias exportações de carne suína por parte de Japão e Coréia do Sul. Com isso, houve excedente do produto no mercado chileno. 

 

Uma carga de carne suína chilena com níveis elevados de dioxina, uma substância cancerígena, levou os dois países asiáticos a embargarem o produto em meados de 2008. A proibição só foi retirada em dezembro passado. 

 

Ainda que os primeiros volumes embarcados sejam pequenos, Somensi está otimista com as possibilidades de fechar novos contratos com o Chile. "Estamos trabalhando forte para aumentar as vendas", disse. Ele acredita que isso é possível já que o Chile retomou suas vendas para Japão e Coréia, o que reduz a oferta do produto local, abrindo espaço para a carne suína de Santa Catarina. A unidade da Mabella de Itapiranga também vendeu ao Chile esta semana, segundo Camargo Neto. Procurada, a empresa não se pronunciou. 

 

Veículo: Valor Econômico


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