Algas para peixes nobres

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Pesquisa tenta identificar algas que forneçam óleos com ômegas 3 e 6 para compor rações de salmões e trutas

 

Na busca de uma alternativa ambiental e econômica, a Imcopa, produtora de derivados de soja não transgênica, instalada em Araucária (PR), aliou-se à Universidade Federal do Rio Grande (RS) para desenvolver microalgas que forneçam óleo com ômegas 3 e 6 para alimentar peixes nobres em cativeiro.

 

A preocupação com uma alternativa de ácidos graxos poli-insaturados é mundial. A solução mais usada é o óleo de peixe, obtido por meio da pesca industrial, que algumas vezes torna-se predatória, pois milhares de peixes com menor potencial comercial, como anchovas, manjubas e sardinhas, são dizimados para que espécies mais rentáveis, como salmão, truta e camarões, cresçam em cativeiro. "Isso é uma heresia contra a natureza", diz o professor da Furg, Jorge Alberto Costa.

 

Para obter 1 quilo de farinha de peixe são necessários 4 quilos de pescados. E, para obter 1 quilo de salmão, são necessários 2 quilos de farinha de peixe. "A indústria da ração para peixe cresce 10% ao ano, e a oferta de ingredientes originários da pesca está estagnada."

 

Por enquanto foram feitos estudos preliminares com cinco espécies de algas. "Nesta primeira fase estamos procurando determinar as espécies mais produtivas de óleo com ômega 3", diz Costa.

 

Ele pretende que, em três anos, já seja possível apresentar a alga ideal, que possa substituir com vantagens o pescado. "As algas reproduzem-se muito rapidamente", disse o professor da Furg, um dos maiores especialistas nesse microrganismo no País. Para realizar a fotossíntese, o projeto prevê capturar o gás carbônico produzido pela própria industrialização da soja, filtrando-o e canalizando diretamente para "alimentar" a planta.

 

Também serão testadas as possibilidades de usar melaço de soja, que hoje serve como combustível para as caldeiras da Imcopa, formando um ciclo autossustentável. Quando a ração enriquecida com a alga chegar aos tanques de criação há vantagem: a capacidade que os peixes têm de digeri-la chega a 90%, "o que reduz a quantidade e a toxicidade das fezes lançadas no meio ambiente", finaliza.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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