Negociações começam a voltar para patamares mais realistas
O boom de preços elevados das carnes pode estar chegando ao fim. Após cotações recordes, tanto no Brasil como no exterior, as negociações começam a voltar para patamares mais realistas. Esse novo cenário é ruim para as empresas exportadoras, que vão obter menos receitas, e para a balança comercial, que vinha tendo as carnes como um dos destaques nos últimos meses.
Mas é benéfico para consumidores, que poderão passar os feriados de final de ano pagando preços menores, e para a inflação, que terá uma pressão menor das proteínas. A queda de preços tem dois componentes. Um vem do mercado externo, em que a demanda acumulada pelo produto brasileiro diminuiu neste mês sobre outubro.
Além de um volume menor, as empresas brasileiras também estão recebendo preços menores pela tonelada do produto exportado. Internamente, o preço das proteínas chegou a um patamar que dificultava novos repasses para o consumidor, cuja renda cai com a inflação no teto da meta há meses.
Pesquisa feita pela Folha diariamente em vários mercados brasileiros indicou que a arroba de carne suína, que chegou a R$ 103 no merca- do paulista, recuou para até R$ 86 nesta terça-feira (25). As exportações desse tipo de carne deverão recuar para 42 mil toneladas neste mês, ante 44 mil em outubro. Já os preços médios externos recuaram para US$ 3.799 por tonelada neste mês, 9% menos do que em outubro. Apesar dessas quedas, o volume e o preço atuais ainda são bem superiores aos de há um ano.
A carne bovina é a única que ainda não ensaiou queda no mercado interno, embora o preço externo tenha caído 3%. A queda no volume exportado vai superar 10% no mês. Com o recuo nos preços das demais proteínas e uma possível transferência dos consumidores para produtos de menor valor, a carne bovina também deverá ceder.
A carne de frango, refletindo queda de 2% nos preços externos e queda de 8% no volume total a ser exportado neste mês –estimativas de 304 mil toneladas do produto “in natura”–, voltou a cair no mercado interno. O quilo de ave viva foi negociado nesta terça-feira (25) a R$ 2,65 no mercado paulista. Há um mês era R$ 2,80.
Veículo: Site Feed & Food