Comercialização é feita por internos da Colônia Penal de Santa Izabel
A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) realiza de hoje até o dia 18 o Feirão de Natal, com a venda de suínos vivos na Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (Cpasi). São 41 animais, com cerca de 100 quilos cada, criados pelos internos da unidade e que serão comercializados a R$ 5 o quilo, segundo informou ontem a Agência Pará. Os interessados podem telefonar para 3223-1401. Segundo a Susipe, o processo de produção atende a todas as exigências sanitárias e ambientais e cada etapa é repassada aos detentos, que têm a oportunidade de aprender uma nova profissão.
A criação dos porcos faz parte do Projeto Nascente - Polo Agroindustrial, que surgiu da reestruturação da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel, unidade prisional que custodia presos do regime semiaberto da Susipe. A ideia é aumentar a oportunidade de trabalho para os internos com a capacitação técnica em atividades laborais no campo da agropecuária. Os internos também desenvolvem o cultivo de plantas ornamentais, tubérculos, fruticultura, plantas tropicais, palmípedes (criação de patos), compostagem (produção de adubo orgânico), meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) e olericultura (hortaliças).
A coordenadora do Projeto Nascente, Shirley Oliveira, explica que existem 27 porcos fêmeas e quatro machos, que são os reprodutores, e que o cruzamento dos animais ocorre o ano todo. “Após 113 dias de gestação, os porcos pequenos vão para a creche e passam pela fase de amamentação e consumo de ração inicial. Depois de um mês eles passam para a fase de crescimento, quando consomem uma ração especial com vitaminas e minerais para o desenvolvimento saudável do animal. Após 90 dias, eles são direcionados para a engorda, e começam a comer também macaxeira e cascas de verduras com restos de hortaliças produzidas na própria colônia”, explica Shirley, garantindo que esse cuidado com os porcos resulta em animais com carne de primeira qualidade. Os porcos que serão comercializados têm cerca de 100 quilos e são de três raças diferentes: burok, large white e tietran.
Todos os detentos participantes do Projeto Nascente passaram por seleção psicossocial. Eles são remunerados com 3/4 do salário mínimo, como prevê a Lei de Execução Penal, e recebem o benefício da remissão de pena, que consiste na redução de um dia a cumprir no cárcere para cada três dias trabalhados. Atualmente, mais de 100 internos participam do projeto, que dispõe de uma equipe formada por doze técnicos e auxiliares agrícolas, responsável pela capacitação e acompanhamento dos participantes em cada uma das atividades executadas.
Criado há dois anos, o Nascente é resultado de parceria entre a (Susipe, Programa Articulação e Cidadania, da Casa Civil da Governadoria, secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema), Agricultura (Sagri) e Pesca e Aquicultura (Sepaq), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), Agência de Defesa Agropecuária (Adepará), Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Veículo: O Liberal - PA