As processadoras de carne bovina do Brasil reúnem várias lideranças, algumas menos vantajosas que outras. Além de a lista brasileira ter hoje a maior indústrias do mundo - JBS-Friboi - o setor é um dos que mais empregam no agronegócio - uma pessoa por cada boi na capacidade de abate - e também a que mais está sofrendo impacto da crise entre todos os setores do agronegócio.Leila Harfuch, pesquisadora sênior do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), explica que este setor é mais afetado porque a carne bovina é mais cara do que as outras e pesa mais na cesta de alimentos. "Acaba sendo mais afetada quando há retração na renda", completa Leila.
Ela diz que depois de vir de um período longo de aumento de preços, a carne bovina sentiu mais o impacto da crise e recuou em dezembro por causa da migração para carnes mais baratas, como a de frango.
Restrições
A carne bovina também está entre as que mais têm barreiras sanitárias, segundo Rodrigo Lima, gerente-geral do Icone. O problema, segundo ele, é que para esta carne assim como para a suína, o conceito de "regionalização" (não estender restrições de importação aos estados do mesmo país que não têm febre aftosa) não é aceita por importantes compradores, como o Japão. "O Brasil tem 16 estados livres de febre aftosa e Santa Catarina livre sem vacinação. Mas, países, como Japão e Coréia do Sul, estendem restrições para todos os estados", detalha o especialista do Icone.
Veículo: Gazeta Mercantil