Tendência é que demanda cresça neste fim de ano.
A aproximação das festas de fim de ano, os preços mais acessíveis que as demais carnes e o aumento das exportações estão contribuindo para a sustentação dos preços pagos pelo frango vivo em Minas Gerais. A expectativa é de alta para as próximas semanas, uma vez que a demanda deverá ser ainda mais impulsionada. O incremento nos preços pagos é visto como fundamental, já que os custos de produção também estão maiores em função da valorização do milho e da soja, importantes insumos da produção avícola.
Em Minas Gerais, o quilo do frango vivo vem sendo negociado a R$ 3,35, valor que supera em 31,37% os R$ 2,55 praticados em igual período do ano passado. Em outubro, o mesmo volume era negociado a R$ 3,20. A demanda aquecida tanto no mercado interno como no externo são fatores que contribuíram para o aumento dos preços pagos aos avicultores. Já o quilo da ave abatida e refrigerada, preço de atacado, está em R$ 4,90.
De acordo com a zootecnista e analista da Scot Consultoria, Juliana Pila, a tendência é de nova alta nas próximas semanas. “Não podemos estimar qual o índice de reajuste, mas vários fatores vão contribuir para a valorização da carne de frango. Além do pagamento dos salários, por ter um valor mais acessível para o consumidor em relação às demais, a carne de frango deverá se destacar principalmente pelo atual cenário econômico, de perda do poder de compras da população”, analisa Juliana.
As festas de final de ano, os feriados e o pagamento do 13º salário também são avaliados como importantes fatores para que a atividade seja melhor remunerada. De acordo com Juliana, os preços pagos pelo frango vivo vem registrando valores recordes na série de preços da Scot Consultoria, que tem como base São Paulo e foi iniciada em 2002.
“Utilizando nossa referência, a ave terminada em São Paulo é negociada a R$ 3,10 por quilo, maior valor registrado na nossa série nominal desde 2002. Se fizermos comparação com ano passado o valor está 14,8% maior que novembro de 2014. No atacado, em curto prazo, os preços atuais estão 4,4% maiores, com o quilo da ave negociado a R$ 3,83”.
Oportunidade - Ainda segundo a analista das Scot, a alta nos valores também é sustentada pelo maior volume de frango exportado. A conquista de novas habilitações, como as anunciadas na última semana junto ao México e à China, são oportunidades para ampliar os países de atuação, manter a oferta interna equilibrada com o consumo e garantir rentabilidade com a avicultura.
De acordo com os dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), nos primeiros 20 dias de novembro, as exportações brasileiras de carne de frango somam cerca de 246,2 mil toneladas, gerando uma média diária de embarques próximos de 17,6 mil toneladas. O volume é 23,94% superior ao observado no mês anterior, quando a média ficou em 14,2 mil toneladas por dia em outubro de 2015. O volume diário é o terceiro maior registrado no ano, atrás do desempenho de junho, quando foram embarcadas 17,68 mil toneladas por dia, e julho, com embarque médio de 17,81 mil toneladas por dia.
Os últimos dados referentes aos embarques feitos por Minas Gerais mostram que entre janeiro e outubro, foram faturados US$ 188 milhões com os embarques de carne de frango, aumento de 4,89%. Ao todo foram destinados ao mercado internacional 116,6 mil toneladas do produto, variação positiva de 8,41%.
“As exportações, na parcial de novembro, estão em alta, o que é importante para o setor. Principalmente pelos custos de produção estarem elevados, impulsionados pelos preços do milho e da soja”, disse Juliana.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG