Frigoríficos podem receber socorro

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A indústria de frigoríficos no País poderá ser mais um setor a receber ajuda do governo para enfrentar dificuldades de acesso a crédito por causa do agravamento da crise internacional. Fontes dos ministérios da Fazenda e da Agricultura afirmaram que o governo está "ciente" dos problemas dessa indústria e suas implicações na cadeia produtiva. No entanto, o formato dessa ajuda ainda está sendo costurado. Há expectativa de criação de uma linha especial de capital de giro para os frigoríficos, disponível no Banco do Brasil, e empréstimos para financiar a estocagem da produção de carne.

 

Os problemas da indústria frigorífica serão assunto de uma audiência pública marcada para hoje na Comissão de Agricultura do Senado. O senador Gilberto Goeller (DEM-MT), autor do pedido de audiência, disse ontem esperar que, no encontro, seja confirmada a proposta de socorro ao setor. "Isso dará tranquilidade para recuperação dessa indústria", afirmou Goeller.

 

Presenças. Estão convidados para a audiência, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e um representante do Ministério da Fazenda. Segundo o senador, também confirmaram presença o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Luis Carlos Guedes Pinto, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos, Péricles Salazar, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), Roberto Gianetti da Fonseca.

 

O diretor executivo da Abiec, Otávio Cançado, disse que só o fato de o governo estar pensando em ajudar o setor "é muito positivo". "O setor produtivo no Brasil merece ser socorrido e nós já mostramos em detalhe todas as implicações dos problemas", declarou.

 

Cançado explicou que hoje o principal obstáculo é a falta de capital de giro para os frigoríficos continuarem a comprar a produção dos pequenos pecuaristas. A falta desse dinheiro também está gerando desconfiança nos pequenos pecuaristas que, por venderem a prazo, temem entregar a produção para abate sem a certeza de que serão pagos no futuro. "Os frigoríficos dependem essencialmente de capital de giro obtido por meio dos empréstimos conhecidos como ACCs (Adiantamentos de Contratos de Câmbio)", afirmou Cançado.

 

Por meio dos ACCs, as empresas exportadoras antecipam nos bancos recursos que financiarão a venda externa da produção. Com esse crédito mais curto e mais caro, o funcionamento da cadeia produtiva fica praticamente engessado, segundo o diretor da Abiec.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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