A BRF planeja aumentar seus preços em cerca de 7% em maio para ajudar a enfrentar aumento de custos e um mercado que deve continuar desafiador até meados do ano, afirmou o presidente executivo da fabricante de alimentos processados e exportadora de carne de frango, Pedro Faria.
Em teleconferência com analistas, Faria afirmou que o reajuste de 10% nos preços da empresa no começo do ano não foi suficiente para compensar as pressões de custo geradas pela alta nos preços do milho, principal item da dieta dos animais abatidos pela companhia.
A BRF teve lucro líquido de R$ 39 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 91% sobre igual período de 2015.
Os custos do milho foram cerca de 60% mais altos que um ano antes no primeiro trimestre por causa de escassez do grão, afirmaram executivos em teleconferência.
O presidente do Conselho de Administração da BRF, Abilio Diniz, afirmou que o excesso de produção de frango no Brasil, combinado com o aumento dos custos e taxas de câmbio desfavoráveis que atingiram as exportações resultaram em um dos trimestres mais desafiadores já vividos pela empresa.
Apesar dos desafios, Faria disse que a BRF ainda espera investir R$ 2 bilhões em 2016. Embora haja preocupações de que a seca possa afetar a segunda colheita de milho do Brasil, que deve vir ao mercado em maio ou junho, a BRF avalia que os preços locais do grão vão cair. "Pode haver uma segunda colheita de milho um pouco melhor ou um pouco pior, mas os preços vão cair", observou Faria.
A fabricante de alimentos tem importado milho da Argentina e Paraguai, mas afirmou à Reuters no começo da semana que não planeja aproveitar uma nova cota para comprar da commodity sem tarifas de países fora do Mercosul.
Veículo: Jornal DCI