O Brasil possui o maior rebanho comercial de gado bovino do mundo, com 214 milhões de cabeças, tendo exportado em 2015 o equivalente a US$ 5,9 bilhões. Os números da CNA mostram que o mercado interno responde por cerca de 80% do consumo da carne bovina produzida e os demais 20% são colocados no mercado internacional.
“O Brasil assumiu o compromisso da sustentabilidade na produção de carne bovina, mantendo a qualidade e a sanidade do rebanho, livre de doenças, com o objetivo de garantir o consumo interno e conquistar cada vez mais novas fatias do mercado internacional, especialmente junto aos países da União Europeia” (UE), afirmou o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, durante o coquetel do Happy Hour da Carne Bovina.
O evento aconteceu na noite da última quarta-feira (1º) na sede da instituição, com a presença de lideranças do setor agropecuário. Na opinião do Chefe do Departamento de Saúde Animal (DSA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, “é preciso manter as conquistas sanitárias alcançadas com a relação a doenças como a febre aftosa, brucelose e tuberculose bovina, dando segurança ao setor privado para investir cada vez mais, garantindo o abastecimento interno e alcançar novos mercados externos”.
O Happy Hour da Carne Bovina, evento que tem por objetivo difundir a qualidade da carne produzida no País, teve como destaque a presença de integrantes da missão técnica da UE que se encontram no Brasil auditando os serviços de defesa agropecuária dos estados do Tocantins e Rondônia, além do Distrito Federal, para habilitação à exportação de carne bovina in natura aos países do bloco europeu. A missão fará, agora, um relatório técnico e a UE deve oficializar a decisão sobre a habilitação em aproximadamente 60 dias.
Para André Luis Locateli, gerente executivo da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, esse tipo de carne atende em “qualidade e quantidade os rígidos padrões internacionais de certificação, com o produto sendo vendido para mercados mais exigentes sem restrições sanitárias”.
Para o gerente nacional do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Schuler Medeiros, nos últimos 15 anos o programa de aprimoramento da qualidade desse tipo de carne foi fortalecido e reconhecido no mercado internacional. Assim é que essa carne, com aprimoramento genético e controle de qualidade, já é exportada para seis países da Europa.
Mercado externo - Levantamento feito pela CNA mostra que a carne bovina brasileira tem presença destacada no mercado internacional. No ano passado, a China e Hong Kong foram os principais mercados compradores, gerando receita de US$ 1,45 bilhão e participação de 25,1% no total das exportações.
Em segundo lugar está a UE, comprando US$ 772,75 milhões, 13,3% do total. Na terceira posição vem o Egito, US$ 661,25 milhões. Os Estados Unidos aparecem em sétimo lugar, com importações de US$ 285,2 milhões e participação de 4,9% nas vendas externas de carne bovina do país.
Os estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais são os principais exportadores de carne bovina, para a UE, conforme dados da CNA referentes a 2015. Juntos, os seis estados responderam por 99% das exportações dessas carnes para o bloco europeu.
No caso de São Paulo, por exemplo, foram exportadas mais de 45 mil toneladas de carne bovina que representaram receita de US$ 278,6 milhões. O Estado de Goiás está na segunda colocação, com 20 mil toneladas de carne vendidas ao bloco e receita de US$ 152 milhões. Minas está na sexta posição, contabilizando, também em 2015, cerca de 7 mil toneladas embarcadas e receita de US$ 48 milhões. (Com informações da CNA)
Veículo: Diário do Comércio - MG