SÃO PAULO - Apesar da liminar que suspendeu a demissão de mais de 600 funcionários do frigorífico em Alegrete (RS), a Marfrig informou hoje, em nota, que mantém a decisão de fechar a unidade. O encerramento das atividades da planta foi anunciado há duas semanas. A empresa alega que não há gado suficiente para manter a planta de abate de bovinos em operação.
Essa é a segunda vez que a Marfrig anuncia o fechamento do frigorífico. Na primeira ocasião, a empresa voltou atrás depois que uma liminar concedida pelo Justiça barrou as demissões, no início de 2015. Daquela vez, a Marfrig firmou um acordo judicial com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Alegrete no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, se comprometendo a manter o frigorífico da empresa em funcionamento por ao menos um ano.
Passados quase dois anos, a Marfrig anunciou novamente o fechamento da unidade. Na nota divulgada hoje, a informou que “cumpriu integralmente com o acordo judicial firmado em 05/02/2015 e, que devido às condições existentes em 2014 terem se agravado, mantém sua decisão inicial de encerrar as atividades da planta industrial”.
No entanto, a Justiça do Trabalho concedeu liminar ontem (dia 28) suspendendo as demissões. A decisão judicial, que prevê multa de R$ 100 milhões em caso de descumprimento, impede a companhia de demitir até que haja uma negociação coletiva com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Alegrete.
Em nota, a Marfrig afirmou que “tomará todas as medidas cabíveis frente a essa nova liminar ora expedida e continuará em contato com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Alegrete respeitando todos os requisitos legais referentes ao processo de encerramento”. Segundo a empresa, o fechamento do frigorífico visa viabilizar as outras duas unidades que a Marfrig possui no Rio Grande do Sul.
Por Luiz Henrique Mendes
Fonte: Valor Econômico