Proibição tira o sono dos comerciantes

Leia em 2min

As ações anunciadas pelo Ministério Público do Estado, na última segunda-feira, já repercutem em vários níveis da cadeia produtiva do caranguejo. As medidas reforçaram a proibição da venda da polpa do crustáceo e ao mesmo tempo determinaram algumas regras visando à segurança alimentar.

 

O Termo de Ajuste de Conduta (TAC) direcionado aos restaurantes e estabelecimentos comerciais foi uma das principais deliberações adotadas pelo MPE, e que já despertou atenção do setor. Fábio Sicília, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, seção - Pará, afirma que a preocupação com a higiene já é antiga, mas que existe outra forma de amenizar o impacto que pode causar a proibição. Uma delas são as cooperativas. “Já trabalhamos com cooperativa, via Sebrae, desde 2008. É importante darmos suporte aos produtores que não têm e desconhecem a informação de segurança alimentar”, disse Sicília. Atualmente são 52 os estabelecimentos associados à entidade presidida pelo chef, proprietário também de restaurante.

 

Os supermercados de Belém já não estão comercializando massa do caranguejo, mas para Carlos Limão, vice-presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), a medida deve ser avaliada. “Deve se ter muita cautela. O caranguejo sempre foi produzido de maneira artesanal, pois o processo não tem legislação própria, e assim é oferecido aos supermercados e restaurantes. Agora tem que haver apoio do governo do Estado para que sejam adotadas boas práticas”, opinou o empresário.

 

A Aspas chama a atenção para comercialização em feiras livres dos derivados do caranguejo, o que poderia comprometer a saúde dos consumidores.
Na “feira da 25”, em Belém, donos de pontos de venda de caranguejo lamentam e ponderaram sobre a questão. “As famílias estão desempregadas. Aqui vendíamos de 200 a 300 quilos de massa por semana. Na cooperativa sai 30% mais caro”, afirmou Gracinete Rabelo, 47, comerciante.

 

No estabelecimento de Francisco Amin, 29, mais reclamação. “Eu e meu pai vamos parar, tem que ter um projeto para manter, temos que nos reunir”, disse. No local é vendido ainda outros derivados a restaurantes, principalmente. José Américo Lima, 57, opinou: “Só o TAC não resolve, tem que dar condições, fazer trabalho educativo e de higiene”. (Diário do Pará)

 

Veículo: Diário do Pará


Veja também

Carne

A Associação Brasileira de Supermercados verá o Programa de Certificação de Produ&cce...

Veja mais
Marfrig e BB assinam convênio para financiar avicultores

O Banco do Brasil e a Marfrig Alimentos assinaram nesta sexta-feira (24) um convênio no valor de R$ 50 milhõ...

Veja mais
Marfrig quer industrializar 50% de sua produção

A Marfrig Alimentos pretende elevar o grau de industrialização de seus produtos in natura, aumentando dos ...

Veja mais
Novas exigências para frigoríficos

Os critérios socioambientais para novos financiamentos a frigoríficos, anunciados ontem pelo Banco Naciona...

Veja mais
BNDES anuncia novas exigências para frigoríficos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem novas exigências para a conces...

Veja mais
BNDES condiciona ajuda à carne

Rastreabilidade, regularidade de fornecedores diretos e planos de desenvolvimento socioambiental são algumas exig...

Veja mais
Frigoríficos em Rondônia são processados

O Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia ingressou com ação civil por improbidad...

Veja mais
Nike anuncia suspensão da compra de couro da Amazônia

As empresas continuam apertando o cerco em busca de mais fiscalização sobre a origem de produtos e mat&eac...

Veja mais
Carne com crime

O BNDES é réu em ação no Pará porque é sócio da Bertin, um dos vá...

Veja mais