Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), afirmou na semana passada que a comercialização da carne suína para o mercado internacional não deverá sofrer nenhum abalo em virtude dos focos de peste suína detectados em municípios da ilha do Marajó (Pará). Segundo o dirigente, 100% da carne suína exportada pelo Brasil é produzida em estados das regiões Sul e Sudeste. Os maiores produtores são Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. "Tivemos no começo do ano um foco no Rio Grande do Norte e não teve reflexo nenhum [nas exportações]. Na Ilha de Marajó não tem efeito. Certamente é um foco em agricultura de subsistência. Não é na região livre da peste suína clássica, que compõe o centro-sul do País. Então não nos afeta. Afetaria se tivéssemos algum foco na região livre", ressaltou Camargo Neto.
Apesar da convicção de que não haverá risco para as exportações, o presidente da Abipecs assinalou que o novo foco evidencia o erro do País em não erradicar de vez a doença. "Tem havido controle, mas não erradicação. Precisa de mais investimento em defesa sanitária, de um serviço público mais atuante. Como lá [a região Norte] não é uma região importante para a suinocultura industrial, acaba equivocadamente relegada a segundo plano", criticou.
Bolsa de suínos
Produtores de suíno propuseram na semana passada, durante o debate promovido pela Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), a unificação das bolsas estaduais de negociação, que já reúnem suinocultores e representantes de frigoríficos. A proposta é realizar reuniões semanais, nos próximos três meses, com vendedores independentes e compradores de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Um dos objetivos é pôr fim à guerra de preços do suíno vivo entre regiões. Na primeira edição da bolsa unificada, porém, os preços seguiram em queda na maioria dos estados, exceto Minas Gerais.
Veículo: DCI