Entidade que representa supermercados informa que corte teve aumento de 12% esta semanaÀs vésperas do Dia dos Pais, os supermercados divulgaram ontem uma informação que pode frustrar o churrasco deste domingo. Segundo a Agas, entidade que representa o setor no Estado, o preço do quilo da costela bovina aumentou 12% esta semana.
O corte, o favorito dos gaúchos, que são os maiores consumidores do país, custará mais nos açougues e mercados assim que os estoques forem renovados. Nos cortes sem osso, os novos preços são 6% mais altos.
A elevação do preço ocorre em meio a informações de que há excesso de oferta no mercado de carne, devido à redução das vendas para o Exterior. Por causa da recessão, muitos países que tradicionalmente compram o produto brasileiro reduziram o consumo. No Estado, o quilo do boi gordo caiu de R$ 3 para R$ 2,70.
Segundo o presidente da Agas, Antônio Longo, o aumento de preço da costela tem dois motivos principais. O primeiro é o fato de que 75% do consumo local é abastecido por produto vindo de outros Estados, cuja alíquota de imposto para ingressar no Rio Grande do Sul foi reajustada pela Secretaria da Fazenda.
Para indústria, lei da oferta e da procura regula preço
O segundo motivo Longo classifica de reserva de mercado. É o fato de que existe uma portaria da Secretaria da Agricultura exigindo que toda a carne com osso comprada de outras regiões do país passe por uma inspeção sanitária. Como só frigoríficos e três grandes redes de supermercados têm o serviço de inspeção permanente, os demais estabelecimentos são obrigados a comprar o produto dos frigoríficos, o que acrescenta mais um intermediário no processo e aumenta o custo.
– O Rio Grande do Sul tem a costela mais cara do Brasil, com preços de 15% a 20% mais altos – afirma o presidente da Agas.
Numa visita ao Mercado Público da Capital, as bancas informaram ontem que a procura melhorou, com os consumidores já preparando o churrasco do fim de semana. Os preços cobrados pela costela variam de R$ 7,40 a R$ 8,90, conforme o tipo (minga, janela ou especial), mas os gerentes afirmaram que esses valores estão em vigor há pelo menos quatro meses.
O diretor executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados, Zilmar Moussalle, diz que o preço da costela é regulado pela mais antiga das leis de mercado, isto é, pela interação entre oferta e procura. Para o consumidor, recorrer a outras regras de mercado, como a da concorrência, a da pesquisa e a da negociação, talvez seja a saída para festejar o domingo sem salgar demais o churrasco em homenagem aos pais.
Veículo: Zero Hora - RS