Meta para vendas externas no ano foi elevada de US$ 168 bi para US$ 180 bi
Avanço na cotação de commodities ajudou resultado da balança, que teve melhor mês desde junho de 2009
Alavancado pela alta das cotações de commodities como minério de ferro, soja e petróleo, o resultado das exportações nos primeiros cinco meses de 2010 levou o governo a revisar a meta de vendas ao exterior para US$ 180 bilhões neste ano.
A estimativa anterior era de US$ 168 bilhões, mas entre janeiro e maio os embarques totalizaram US$ 72 bilhões, desempenho recorde para o período.
"[A meta] poderia até ser maior, mas o resultado ainda vai depender da recuperação da economia na União Europeia", afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral.
Até maio, as exportações para Ásia e América Latina cresceram 31,5% e 47,1%, respectivamente, enquanto o crescimento para o bloco europeu foi de apenas 21,7%.
Com isso, a Europa caiu para a terceira posição dentre os principais destinos das mercadorias brasileiras.
Ainda assim, ressaltou Barral, 41,2% do aumento verificado nos embarques nos primeiros cinco meses de 2010 está relacionado à venda de commodities cujos preços têm aumentado no mercado internacional.
"O resultado foi positivo. Mas depender da variação dos preços de commodities é perigoso para o país. E se esses preços caem?", alertou.
Para André Sacconato, economista da Tendências, apesar de o grupo de produtos básicos ter cada vez mais importância no desempenho dos embarques, a longo prazo é preciso pensar em saídas para a diversificação da pauta de exportações.
SALDO
Com o aumento das vendas, o saldo da balança comercial se recuperou em maio e fechou o mês com superavit de US$ 3,443 bilhões -melhor desempenho mensal desde junho de 2009.
No acumulado do ano, as importações são recorde, com saldo de US$ 66,476 bilhões. O destaque nas compras do exterior está nos bens de consumo duráveis, com alta de 69,1% em relação ao mesmo período de 2009.
As compras de automóveis cresceram 75,1% nessa comparação, principalmente da Coreia do Sul, do México e da Argentina.
Veículo: Folha de S.Paulo