Vendas do comércio caem 3% em abril

Leia em 2min 10s

Queda, a maior desde 2000, início da série, confirma a tendência de freada no ritmo de expansão da economia

 

Inflação de alimentos reduziu vendas dos supermercados, setor que mais contribuiu para a retração recorde

 

Sob impacto da alta dos preços dos alimentos, as vendas do comércio varejista interromperam uma sequência de três meses em expansão e registraram queda recorde de 3% em abril ante março, sem influências sazonais.

 

Trata-se do maior tombo da série histórica do IBGE, iniciada em 2000.
A queda confirma tendência de freada no ritmo de expansão da economia, apontada por outros indicadores de abril e maio, como as quedas na produção industrial, no licenciamento de veículos e no consumo de energia.
Em abril, as vendas do varejo caíram principalmente na esteira da disparada dos preços dos alimentos -já dissipada em maio.

 

Os aumentos, segundo o IBGE, provocaram a retração de 0,7% de março para abril nas vendas de supermercados e demais lojas de alimentos e bebidas -ramo de maior peso no varejo.
Para o economista do IBGE Reinaldo Pereira, a queda de abril foi "pontual" e refletiu a acomodação do varejo após o ritmo acelerado de expansão do primeiro trimestre.

 

Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), afirma que os três primeiros meses do ano marcaram o período de pico das vendas e a desaceleração já era esperada.

 

O economista diz, porém, que o crédito se mantém firme, e o mercado de trabalho, aquecido, fatores que sustentarão um crescimento na faixa de 10% das vendas do varejo neste ano. Nem a alta dos juros, afirma, impedirá o bom desempenho do setor.
Uma prova, diz, é que o varejo sustenta taxas elevadas de expansão na comparação com 2009 -quando driblou a crise e cresceu 5,9%. No ano, o setor acumula alta de 12%.
Para a consultoria LCA, a alta dos juros afetará significativamente o comércio apenas em 2011. Por isso, mantiveram a projeção de crescimento de 8,5% nas vendas do setor neste ano.

 

Segundo a LCA, o ramo de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas ficaram estáveis de março para abril, surpreendeu ao não sentir os reflexos do fim da redução de IPI para a linha branca (fogão, geladeira e outros).

 

Tal impacto foi sentido, porém, nas vendas de veículos, que caíram 11,7% de março para abril com o fim do benefício fiscal. O setor não integra o índice de vendas no varejo, pois comercializa também no atacado.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

Comércio se acomoda, mas deve se expandir neste ano

A queda observada no índice geral da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE em abril pode ser interpretada ma...

Veja mais
Queda de abril no comércio varejista foi provisória

Em abril, em relação ao mês anterior, o comércio varejista apresentou queda de 3% no conceito...

Veja mais
Comércio reage em junho, com alta de 8,8%

Depois de uma queda, provocada pelo fim da redução do IPI, vendas voltam a crescer, puxadas pela oferta de...

Veja mais
Brasil e EUA estão perto de acordo no algodão

Negociadores chegaram ontem a um pré-acordo que será apresentado hoje a Camex. Se os ministros concordarem...

Veja mais
Mantega descarta medidas para conter economia

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a alta nos juros das linhas de financiamento do Programa de Sustenta&cce...

Veja mais
BNDES eleva juros para compra de máquinas

Taxa atual do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), de 4,5%, será aumentada em 1 ponto por...

Veja mais
MG: Região é alvo de empresas paulistas

Incentivos do governo do Estado e logística privilegiada atraem cada vez mais investimentos para região. ...

Veja mais
Alimentos fazem IPC-S registrar deflação de 0,04% na segunda prévia de junho

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) voltou a registrar deflação na segunda pr...

Veja mais
Vendas no varejo recuam 3% em abril e têm maior queda em 10 anos

Resultado mensal veio pior do que o esperado pelos analistas; na comparação com abril de 2009, vendas tive...

Veja mais