Comércio se acomoda, mas deve se expandir neste ano

Leia em 1min 40s

A queda observada no índice geral da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE em abril pode ser interpretada mais como um movimento de acomodação do que como uma reversão da trajetória de alta do indicador.

 

Os principais condicionantes da demanda, a saber, a massa salarial, o crédito e a confiança do consumidor, continuaram a apresentar evolução favorável.

 

Destaca-se que as condições de crédito devem piorar com mais força a partir do segundo semestre, devido à elevação da taxa básica de juros da economia pelo Banco Central. Isto vai enfraquecer a demanda das famílias por crédito e afetar, principalmente, a venda de bens duráveis.

 

De todo modo, o mercado de trabalho deve continuar em trajetória positiva nos próximos meses, o que indica que não deve ocorrer queda na demanda por bens não duráveis.

 

Até abril, segundo o BC, as condições de crédito mostraram-se ainda relativamente favoráveis aos consumidores. As taxas médias de juros ficaram estáveis em relação às praticadas em março pelas instituições financeiras.

 

No médio prazo, essa trajetória de queda dos últimos meses deve se reverter, dado que não só as taxas de captação devem subir mais como também o "spread" bancário. De todo modo, as condições dos financiamentos devem seguir relativamente favoráveis no curto prazo.

 

Já as variáveis do mercado de trabalho devem apresentar evolução positiva nos próximos meses. Tanto os índices de ocupação quanto de renda devem crescer, em virtude do aquecimento da atividade e de ganhos de produtividade na economia. Além disso, a massa salarial nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil deve aumentar 6,3% neste ano frente ao resultado do ano passado.

 

Em suma, a julgar pela atual trajetória dos condicionantes das vendas no varejo, o índice geral da Pesquisa Mensal do Comércio deve voltar a mostrar altas nos próximos meses, embora com menor ímpeto do que no primeiro trimestre.
Em comparação a 2009, o índice deve registrar alta de 10,3% neste ano.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

Vendas do comércio caem 3% em abril

Queda, a maior desde 2000, início da série, confirma a tendência de freada no ritmo de expansã...

Veja mais
Queda de abril no comércio varejista foi provisória

Em abril, em relação ao mês anterior, o comércio varejista apresentou queda de 3% no conceito...

Veja mais
Comércio reage em junho, com alta de 8,8%

Depois de uma queda, provocada pelo fim da redução do IPI, vendas voltam a crescer, puxadas pela oferta de...

Veja mais
Brasil e EUA estão perto de acordo no algodão

Negociadores chegaram ontem a um pré-acordo que será apresentado hoje a Camex. Se os ministros concordarem...

Veja mais
Mantega descarta medidas para conter economia

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a alta nos juros das linhas de financiamento do Programa de Sustenta&cce...

Veja mais
BNDES eleva juros para compra de máquinas

Taxa atual do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), de 4,5%, será aumentada em 1 ponto por...

Veja mais
MG: Região é alvo de empresas paulistas

Incentivos do governo do Estado e logística privilegiada atraem cada vez mais investimentos para região. ...

Veja mais
Alimentos fazem IPC-S registrar deflação de 0,04% na segunda prévia de junho

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) voltou a registrar deflação na segunda pr...

Veja mais
Vendas no varejo recuam 3% em abril e têm maior queda em 10 anos

Resultado mensal veio pior do que o esperado pelos analistas; na comparação com abril de 2009, vendas tive...

Veja mais