A variação de 0,05% apurada no Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) em julho representou a menor taxa mensal nesse índice, apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) desde dezembro do ano passado (-0,07%), segundo observou o coordenador de Análises Econômicas da instituição, Salomão Quadros.
É também a menor variação mensal desde dezembro de 2009 para todos os IGPs calculados pela Fundação. Segundo Quadros, o IGP-10 de julho mostrou uma "taxa momentaneamente muito baixa", e que não deve se tornar padrão. "No segundo semestre, devemos alternar taxas mais baixas com taxas mais altas, não será um semestre inteiro de desaceleração", disse.
Salomão Quadros, avalia que, no que diz respeito ao IGP-10 de julho, "o fator economicamente mais importante, com efeito na inflação e nas expectativas de inflação, está na desaceleração dos bens intermediários". Essa perda de ritmo, segundo Quadros, está mais ligada à desaceleração na economia mundial do que aos recentes sinais de algum enfraquecimento na velocidade de crescimento da economia brasileira. "São preços formados em escala internacional", sublinhou ele.
A FGV divulgou que, no âmbito do atacado, os bens intermediários registraram alta de 0,09% no IGP-10 de julho, ante 0,84% em junho. Ainda de acordo com Quadros, no que diz respeito às matérias-primas brutas (0,39% no IGP-10 de julho, ante 6,38% em junho), o reajuste do minério de ferro "já foi integralmente absorvido", e a alta apurada em julho reflete o desempenho das matérias-primas alimentares. Em junho, segundo ele, a alta nas matérias-primas brutas ainda refletia as pressões do minério.
Quadros lembra que o IGP-M já tinha mostrado esse movimento de perda de forças no reajuste do minério de ferro no final de junho, que agora se confirmou em julho. O item minério de ferro passou de uma alta de 51,84% em junho para -0,54% em julho e foi o principal responsável pela desaceleração do IPA-10 de 1,68% em junho para 0,02 ponto em julho.
Quadros citou a desaceleração nos bens intermediários em julho: os materiais para manufatura (-0,35% em julho, ante 1,10% em junho), que incluem alumínio, produtos siderúrgicos, químicos. Outro exemplo citado foram as embalagens (1,58% em julho, ante 1,84% em junho) e os suprimentos (-0,63% em julho, ante -0,26% em junho), além de combustíveis e lubrificantes para a produção (0,11% em julho, ante 0,90% em junho).
Veículo: DCI