Pesquisa diz que consumo deve continuar em alta

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Segundo dados do instituto Provar, 75,6% dos consumidores estão dispostos a comprar bens duráveis no terceiro trimestre

 

A intenção do consumidor de comprar bens duráveis no terceiro trimestre continua forte, apesar da iniciativa do governo de esfriar o mercado interno, aumentando a taxa de juros e retirando os incentivos tributários para a venda de carros, geladeiras, fogões e máquinas de lavar.

 

Pesquisa feita com 500 consumidores de todas as classes sociais, na segunda quinzena de junho na cidade de São Paulo, mostra que 75,6% pretendem adquirir algum bem durável no terceiro trimestre. A pesquisa foi feita pelo instituto Provar/FIA e Felisoni Consultores Associados. Esse resultado é um ponto porcentual maior que o obtido no segundo trimestre (74,6%) e está acima do registrado no terceiro trimestre de 2009 (74,2%).

 

"Prazos longos, forte concorrência entre lojas e crescimento da renda explicam o aumento do consumo", diz o presidente do conselho do Provar, Claudio Felisoni de Angelo. Ele ressalta que a velocidade do crescimento do consumo de bens duráveis continua elevada, apesar da alta dos juros básicos. Com base nos dados de vendas reais do comércio varejista do IBGE, o economista projeta crescimento acumulado 1,95% no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior.

 

No terceiro trimestre de 2009, as vendas aumentaram 3,6% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. "O crescimento previsto para o varejo ainda é muito bom, apesar do ritmo menor."

 

Na opinião do economista, uma desaceleração mais forte do varejo deve ocorrer só em 2011, já que neste ano as vendas estão sendo estimuladas pela Copa do Mundo e eleições.

 

Entre os produtos mais desejados pelo consumidor estão artigos de cine e foto (12,6%), seguidos por itens de informática (11%), linha branca (10,6%), eletroeletrônicos (10,4%), telefonia e celulares (10,2%) e móveis (8,6%).

 

De dez segmentos pesquisados, apenas quatro registram queda na intenção de compras em comparação ao ano passado: linha branca, móveis, informática e automóveis. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, a intenção de compra cai no terceiro trimestre para móveis, eletroeletrônicos, informática, telefonia e celulares e eletroportáteis.

 

O estudo mostra que a elevação da taxa básica de juros provocou comportamentos distintos em relação ao uso do crédito para ir às compras neste trimestre. De dez categorias de produtos pesquisados, em nove há intenção de aumento do uso do crédito em relação a igual período do ano passado. Apenas nos artigos de cama, mesa e banho, que são itens com preços mais acessíveis, uma parcela menor de pessoas pretende se endividar entre julho e setembro.

 

Em relação ao segundo trimestre deste ano, a intenção de reduzir o uso do crédito no terceiro trimestre ocorre em seis categorias de produtos: móveis, eletroeletrônicos, material de construção, informática, telefonia e artigos de cama.

 


Varejo cresce 10,2% em comparação ao ano passado

 

O bom desempenho das vendas do varejo nos últimos meses é atribuída ao processo de aumento de renda dos consumidores e desaceleração no ritmo de reajustes de produtos alimentícios. Segundo o IBGE, em maio o comércio varejista retomou a trajetória de crescimento acelerado, após uma queda em abril. Muitos brasileiros anteciparam as compras de televisores para a Copa. O aumento das vendas do comércio foi de 1,4% em comparação ao mês anterior, mas em relação ao mesmo mês do ano passado a alta é de 10,2%, ritmo que era considerado insustentável.

 

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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