Ampliação da oferta de empréstimos traz riscos para clientes, alertam especialistas

Leia em 2min

Brasileiro já pode pegar dinheiro emprestado em caixas eletrônicos e na internet. Bancos também chamam atenção para consumo consciente do crédito

 

A contratação de empréstimos no caixa eletrônico, pela internet ou pelo telefone, sem o intermédio do gerente, cresce de forma robusta no País. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a adesão por esses meios já responde por cerca de 40% de todo o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) das instituições que oferecem a opção aos clientes. A tendência, dizem analistas, é a fatia expandir-se ainda mais nos próximos anos.

 

Se, de um lado, a modalidade dá mais independência ao cliente, de outro, demanda muito cuidado. Bancos e especialistas em finanças pessoais chamam a atenção para o consumo consciente do crédito. "Ter o empréstimo fácil pode ser um risco. Mas, se há consciência, essa é uma alternativa de grande valia para a evolução do sistema financeiro", afirma Liao Yu Chieh, professor de Finanças do Insper.

 

Na prática, o processo de contratação no caixa eletrônico, na internet ou no telefone ocorre de maneira simples. "Qualquer oferta passa pelos critérios de pré-aprovação do crédito e, assim, são adequadas ao perfil de cada cliente", informou o banco Itaú Unibanco por meio de comunicado.

 

O Itaú, assim como Banco do Brasil, Bradesco, Santander e HSBC, tem, em todas as agências e na maior parte dos caixas eletrônicos, cartilhas ou materiais informativos sobre o uso consciente do crédito.

 

"Temos de seguir a dinâmica social e o cliente não quer ir à mesa do gerente. Quer tomar as próprias decisões", diz Rogério Estevão, superintendente executivo de empréstimos do Santander.

 

Ione Amorim, economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), concorda que aderir a empréstimos de forma independente é uma tendência do mundo moderno. Mas pondera que, com a facilidade do processo, o consumidor precisa ter cuidado para não tomar o empréstimo por impulso. "A oferta é excessiva no caixa eletrônico e no telefone. Isso é muito arriscado", diz (ler mais abaixo).

 

Ademiro Vian, diretor adjunto da Febraban, admite que, no tête-à-tête com o gerente, eventualmente o cliente pode conseguir melhores condições de pagamento e de taxas de juros. "De fato isso pode ocorrer, mas não é sempre", afirma.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Brasil é o país campeão de preços altos, diz estudo

IBPT atribui diferença a tributos e custo maior   Você sabia que o brasileiro tem uma das dores de ...

Veja mais
Crise consolida Brasil como 8ª economia

Com base nos números do 1º trimestre, País superou a Espanha; PIB nominal brasileiro seria de US$ 1,8...

Veja mais
Cresce o número de famílias endividadas

Segundo pesquisa da CNC, a parcela de famílias endividadas subiu de 57,7% para 59,1%, mas os entrevistados ainda ...

Veja mais
Fechar ralos da importação predatória vinda da Ásia

Os negócios da China deixaram de ser bons para os estrangeiros. Hoje, sem dúvida, eles são nã...

Veja mais
Dinheiro ao BNDES gerará metade do PIB, diz Mantega

Segundo o ministro, PIB teria caído 3% em 2009 caso o BNDES não tivesse compensado a escassez de cré...

Veja mais
Indústria quer punição a importado da China

Setores de calçados e eletrônicos pedirão aplicação da nova resolução an...

Veja mais
Arrecadação supera "subsídio" à indústria

Fechado o balanço da arrecadação federal em julho em R$ 447,46 bilhões no ano, o valor adici...

Veja mais
Crédito de longo prazo ganha espaço entre brasileiros

Brasileiro compromete orçamento com prestação da casa e do carro e diminui apetite por produtos com...

Veja mais
Breve pressão altista nos alimentos

Como os alimentos representam quase metade da inflação brasileira, o impacto altista poderá ser rap...

Veja mais