Indústrias se preparam para um Natal 'forte'

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Pesquisa da FGV revela que 57,1% esperam que a situação dos negócios, em seis meses, seja melhor que a registrada nos mesmos meses de 2009

 

Os fabricantes de produtos industrializados se preparam para um Natal forte neste ano, apesar da desaceleração do Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrada em agosto pelo terceiro mês consecutivo, apontam os indicadores da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas.

 

No mês passado, 57,1% das 1.173 indústrias consultadas pela FGV informaram que esperam que a situação dos negócios em seis meses, período de agosto a janeiro, seja melhor que a registrada nos mesmos meses de 2009. Segundo a sondagem, apenas 3% esperam piora e 39,9% acreditam que vão repetir o desempenho do ano passado. Em agosto de 2009, quando a economia estava turbinada pelos benefícios fiscais, o cenário para os negócios em seis meses não era tão favorável: 44,1% das indústrias esperavam uma melhora nos negócios em relação ao ano anterior; 20%, piora e 35,9% apostavam na manutenção.

 

"Os dados sinalizam um bom fim de ano para produção industrial", afirma o coordenador de sondagens conjunturais da FGV, Aloisio Campelo.

 

Dois outros dados revelados pela enquete confirmam o cenário favorável para o fim de ano: a produção e o emprego previstos para três meses, isto é o período que vai de agosto a outubro, tido como o Natal para as fábricas. Segundo a sondagem, 30,6% pretendem contratar em três meses e 9,2% demitir. Em agosto de 2009, 23,6% das empresas planejavam contratações e 16,2% demissões. Para Campelo, a disposição da indústria de contratar já foi maior entre fevereiro e maio deste ano. "Mas se a indústria estivesse perdendo a confiança num horizonte mais longo, ela não estaria tão contratante", observa o economista.

 

Quanto à produção prevista para o período agosto a outubro, os resultados de agosto de 2010 são praticamente os mesmos de agosto do ano passado. Em agosto deste ano, 43,7% das empresas planejam uma produção maior para três meses, ante 44,7% no ano passado. Já a fatia de empresas que programam redução na produção está neste ano em 12,1% e era de 13,1% em agosto de 2009.

 

Confiança. Pelo terceiro mês consecutivo, o ICI recuou. Em agosto, o indicador ficou em 112,9 pontos, com queda de 0,6% na comparação com julho, nos dados com ajuste sazonal. Mas na comparação com agosto do ano passado, a alta é de 12,1%.

 

Mesmo com essa desaceleração, Campelo observa que o nível da confiança da indústria é bem próximo ao período pré-crise. Entre julho de 2007 e junho de 2008, o ICI ficou em 114,2 pontos. Agora está em 112,9 pontos. "Os resultados indicam crescimento moderado da produção.

 

Também o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da indústria com ajuste sazonal recuou em agosto pelo segundo mês seguido, de 85,1 em julho para 84,9% no mês passado. Na opinião de Campelo, a queda reflete a maturação de investimento, já que os estoques das fábricas estão normais. Em agosto, a fatia de empresas com produto excessivo e insuficiente era idêntica.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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