Importação deve ter maior alta desde 95

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Previsão do Ministério do Desenvolvimento é que importações brasileiras aumentem 43,9% em relação a 2009

 

Até a terceira semana de dezembro, o país importou US$ 175,89 bi, alta de US$ 51,97 bi na comparação com 2009

 

Com dólar desvalorizado e economia em crescimento, o ano deve chegar ao final com a maior alta nas importações desde 1995 -a maior do governo Lula-, segundo previsão do Ministério do Desenvolvimento.

 

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, estima que 2010 terá um incremento de 43,9% nas importações, ante crescimento de 30,7% nas exportações.

 

Até a terceira semana de dezembro, o país importou US$ 175,89 bilhões, alta de US$ 51,97 bilhões na comparação com igual período de 2009 e US$ 48 bilhões a mais que todo o ano passado.

 

Compras externas maiores foram registrado pela última vez em 1995, primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso, quando as importações cresceram 51,1% e dólar e real estavam em paridade. Em 2008, o aumento foi de 43,4%.

 

Com o salto, o saldo comercial previsto para o ano é de US$ 16 bilhões -foram US$ 25,3 bilhões em 2009. Segundo Barral, quase metade das importações feitas em 2010 são referentes a insumos para a indústria.

 

Barral disse que as maiores importações no ano, até a terceira semana de dezembro, foram de combustíveis (US$ 9 bilhões), veículos (US$ 7,6 bilhões) e medicamentos (US$ 5,3 bilhões).

 

INCENTIVO

 

Para incentivar a compra de insumos nacionais e estimular exportação de pequenas e médias empresas, o governo finalmente anunciou a criação de uma nova modalidade de "drawback".
"Drawback" é um regime aduaneiro especial que abate impostos e taxas sobre matérias-primas adquiridas para a fabricação de produtos destinados à exportação.
Empresas que compraram insumos nacionais, exportaram, mas não fizeram um planejamento e não usufruíram do benefício passarão a ter direito a "drawback" por meio de incentivo fiscal. A medida foi anunciada em maio, dentro do pacote de estímulo à exportação.

 

O abatimento retroativo de impostos entrará em vigor em 60 dias. Deve incentivar sobretudo a exportação por pequenas e médias empresas, parcela da indústria que costuma produzir sem saber o que será exportado.

 

Por meio do regime especial, empresas que produziram e já exportaram poderão ter abatimento de impostos nas próximas compras de insumos nacionais. Até então, a isenção valia apenas para insumos importados.

 

Segundo Barral, a medida vai livrar as pequenas e médias empresas do maior problema enfrentado pelo setor exportador: o acúmulo de créditos tributários.
Até 18% do custo de uma empresa exportadora é de impostos acumulados na cadeia, incluindo Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS, Cofins e ICMS.
Dados do ministério mostram que 40% das exportações brasileiras são beneficiadas por "drawback".

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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