Restrição a crédito tem impacto zero sobre o Natal, diz CNDL

Leia em 1min 40s

As medidas de restrição ao crédito anunciadas no início do mês pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) não devem afetar as vendas do Natal deste ano, na avaliação do presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior. As informações foram apresentadas ontem, durante reunião em Brasília (DF).

 

Apesar do otimismo da entidade, ele continua com o mesmo discurso de outras áreas do comércio, que esperam que o setor, ao longo de 2011, chegue a sofrer um impacto da menor disponibilidade de recursos para empréstimos, devendo por isso crescer em ritmo menos acelerado. "As medidas têm impacto zero neste Natal, porque a maior parte das vendas do varejo nesse período é de produtos de baixo valor agregado, que não são adquiridos por meio de crédito de longo prazo. Se a retenção de compulsório retira R$ 61 bilhões do mercado, os pagamentos do 13º salário injetam cerca de R$ 102 bilhões na economia este mês", completou.

 

Para o decorrer de 2011, no entanto, não há essa compensação. Segundo o executivo, outra preocupação dos comerciantes é a provável elevação da taxa básica Selic no início do próximo ano. "O aumento de juros sempre prejudica a iniciativa privada", disse. Embora projete uma ligeira restrição nas vendas de automóveis e eletrodomésticos a partir de janeiro, Pellizzaro acredita na recuperação rápida do mercado. "A vontade do consumidor é grande."

 

Cartões de crédito

 

O executivo também afirmou ser "100% favorável" à nova regulamentação do setor de cartões de crédito, aprovada pelo CMN no fim de novembro. Para ele, no entanto, as alterações foram insuficientes. "Precisaria mais, pois os consumidores continuaram reféns da areia movediça do crédito rotativo, uma vez que não foi estabelecido um teto para os juros cobrados no cartão", disse.

 

Para ele, a abertura do mercado brasileiro a novas credenciadoras deve causar, no médio prazo, um impacto nos preços para os lojistas e, consequentemente, para os consumidores. "A concorrência traz os preços para a realidade", concluiu.

 


Veículo: DCI


Veja também

Copom indica maior chance de alta de juros

Ata da reunião do Copom demonstra preocupação com a inflação, mas indica que o BC vai...

Veja mais
Argentina ameaça com novas barreiras

Às vésperas da reunião do Mercosul, Argentina indica que pode aplicar sobretaxa de 71% às to...

Veja mais
Variação nos preços dos itens natalinos chega a 93,22%

Quem não pesquisar antes de comprar os itens para a ceia de Natal pode gastar além do previsto. Levantamen...

Veja mais
Grupo de 11 países corta tarifa de 70% dos bens importados

Antonio Patriota, futuro chanceler do Brasil, e o chanceler argentino, Hector Timerman, após coletiva de imprensa...

Veja mais
Fracassa acordo sobre licitações no Mercosul

Os países do Mercosul fracassaram na tentativa de concluir, durante a 40ª reunião de cúpula do...

Veja mais
Vendas no varejo crescem há seis meses seguidos e acumulam alta de 11% no ano

As vendas no comércio varejista cresceram pelo sexto mês consecutivo. Em outubro, a alta no volume de venda...

Veja mais
O comércio varejista e a retomada da inflação

Por dois meses seguidos o comércio varejista apresentou resultado medíocre, certamente abaixo das previs&o...

Veja mais
Indústria prevê expansão econômica de 4,5% em 2011

A indústria nacional prevê um ritmo menos intenso do crescimento econômico em 2011, comparado a 2010:...

Veja mais
Alimentos afastam de novo a inflação do alvo de 4,5%

Com uma sucessão de aumentos de preços de dois dígitos, os alimentos serão mais uma vez resp...

Veja mais