Os preços dos alimentos iniciam 2011 com preços recordes, superiores inclusive aos níveis que levaram à crise de 2007-2008, quando populações de países como Bangladesh e Haiti saíram às ruas em protestos.
Segundo a FAO, agência da ONU para agricultura e alimentação, seu índice de preços de alimentos, baseado em uma cesta formada por açúcar, carnes, trigo, arroz, milho, óleos e lácteos, atingiu 215 pontos em dezembro, patamar mais elevado desde que ele começou a ser calculado, em 2009. Em relação a novembro, o aumento médio foi de 4,37%. Na média de 2010, o índice ficou em 179,1 pontos. Nos mercados, o preço do açúcar bateu pico em 30 anos, enquanto os custos de cereais e oleaginosas subiram 40% e 55,6% em 2010.
Em novembro, a FAO advertiu que os países importadores de alimentos teriam uma fatura de mais de US$ 1 trilhão em 2010. O cenário de alta, também ajudado pela erosão do dólar, beneficiou o Brasil, grande exportador. O temor com a inflação também está na pauta do Banco Central Europeu, já que empresas como o McDonald'sestão reajustando seus sanduíches, segundo o "Financial Times".
Veículo: Valor Econômico