Importação afetou oferta doméstica, avalia IBGE

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O elevado patamar das importações e os altos estoques que perduram em alguns setores contribuíram para manter a produção industrial próxima da estabilidade em novembro. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou pequena retração de 0,1% na produção em relação a outubro na série com ajuste sazonal.

 

O gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, observou que "embora estável na margem, a indústria vem operando em patamar próximo do recorde, que foi em março". Esse resultado, disse, está associado às importações e aos estoques. Entre os principais setores afetados pelas importações, ele destacou metalurgia básica, calçados e têxteis, além de bens de capital. A influência das importações sobre esses setores pode ser medida pela média móvel trimestral da produção. Na metalurgia básica houve alta marginal de 0,2% na média móvel, enquanto os calçados apresentaram recuo de 2,1% e a indústria têxtil viu a média móvel retroceder 1,2% entre outubro e novembro.

 

Já o impacto dos estoques elevados se mostrou com mais força nos últimos meses sobre os veículos automotores e os eletrodomésticos, principalmente na linha branca, setores que aumentaram a produção na época das desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Mas Macedo ressaltou que já se observa redução de estoques em alguns setores.

 

A série com ajuste sazonal mostrou recuperação dos bens de capital. A alta de 3,2% em novembro reverteu a tendência de queda acumulada em setembro e outubro. Macedo também destacou que os bens intermediários "abandonaram a estabilidade dos dois últimos meses" ao subir 1% em novembro. Os bens de consumo duráveis recuaram 0,7% em novembro na comparação com outubro, e os bens de consumo semi e não duráveis caíram 0,5%.

 

Entre as 27 atividades analisadas pelo IBGE, Macedo destacou a queda na produção de alimentos, com baixa de 2,1%, acumulando perda de 6,1% nos três últimos meses. Enquanto isso, o refino de petróleo e álcool cresceu 3% e a produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, 7,2%.

 

Na comparação com novembro de 2009, a produção industrial subiu 5,3% e avançou em todas as categorias de uso, com alta de 9% em bens de capital. No acumulado em 11 meses, o aumento foi de 11,7%. Caso o patamar de crescimento seja mantido, a alta da produção industrial em 2010 ficará acima do recorde de 8,3%, de 2004.

 

Veículo: Valor Econômico


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