Inadimplência no varejo teve alta de 10,23% em fevereiro

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''O índice nesse patamar sinaliza luz amarela'' diz dirigente lojista, que prevê mais exigências nas vendas a prazo

 

Com o crescimento nas vendas no varejo no final de 2010, a inadimplência do consumidor brasileiro aumentou 10,23% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com o indicador elaborado pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) junto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

 

Para o presidente da CNDL, Roque Pelizzaro Junior, a elevação do calote deve deixar os lojistas mais exigentes na hora de conceder crédito aos consumidores. "O índice nesse patamar sinaliza luz amarela, realmente. O varejo deve aumentar as exigências na hora de vender a prazo", avaliou.

 

De acordo com a pesquisa, o forte aumento na comparação com fevereiro de 2010 se deve à fraca base de comparação, uma vez que os resultados do fim de 2009 e início do ano passado ainda estavam afetados pelos efeitos da crise, com baixo desempenho da economia. Segundo Pelizzaro, o aumento dos registros está relacionado ao crescimento de mais de 11% nas vendas a prazo no Natal do ano passado. "Se o crescimento da inadimplência fosse analisado de forma isolada seria muito mais preocupante, mas os registros em fevereiro se devem a compras realizadas em dezembro", ponderou.

 

Na comparação com janeiro deste ano, a inadimplência caiu 4,99%.

 

Segundo o documento, a redução do número de devedores no segundo mês do ano é decorrente da queda no desemprego no início do ano e do fraco movimento das vendas no período. Além disso, a CNDL também destacou que fevereiro possui menos dias que os outros meses.

 

Consultas. O número de consultas ao SPC Brasil caiu 0,79% em fevereiro na comparação com janeiro. Para a CNDL, a pequena queda pode ser explicada pelo aumento do endividamento dos consumidores no início do ano, com gastos escolares e com tributos. Em relação a fevereiro de 2010, no entanto, as consultas ao SPC Brasil aumentaram 6,44%.

 

Segundo o dirigente, o crescimento nas consultas ao SPC na comparação com o mesmo mês de 2010 indica um aumento nas vendas a prazo no período, parte delas relacionadas com a compra de materiais escolares.

 

"O fator volta às aulas é extremamente significativo e as famílias com mais filhos alongam o prazo. Além disso, por causa dos compromissos de início do ano, muitos consumidores preferem ficar com dinheiro no bolso e parcelar suas compras", acrescentou.

 

Na comparação com fevereiro de 2010, a quantidade de consumidores que "limparam" o nome aumentou 10,52%. De acordo com a entidade, a diminuição dos valores dos endividamentos - 74,76% das parcelas em débito são inferiores a R$ 250 - é um dos fatores que facilitam a quitação das dívidas.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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