Alta do varejo no mês mostra transbordamento do cenário de 2010

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O aumento de 1,2% no volume de vendas do comércio varejista em janeiro deste ano contra dezembro do ano passado representa "um transbordamento" do bom cenário no comércio do País registrado em 2010, quando o setor mostrou alta recorde de 7,5% ante 2009, para o início deste ano. A avaliação é do economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE Reinaldo Pereira.

 

Ele lembrou que, em dezembro, o desempenho na margem do volume de vendas do comércio varejista foi praticamente uma estabilidade, com alta de 0,2% contra novembro (dado revisado). Na época da divulgação dos dados do último mês de 2010, o técnico comentou com jornalistas que era preciso esperar os resultados dos próximos meses para ver se este desempenho se configuraria em uma tendência. "Agora podemos observar que aquela estabilidade não era uma tendência; tivemos uma alta expressiva na margem", disse.

 

Na avaliação do especialista, os sinais positivos do atual cenário macroeconômico conduziram à alta no volume de vendas em janeiro. Ele lembrou que o mercado de trabalho continua a apresentar bom desempenho, com taxas de desemprego baixas e resultados expressivos na massa salarial real. Isso, na prática, ajudou a manter em alta o poder aquisitivo do consumidor e, por consequência, a formar o desempenho positivo do comércio em janeiro, de acordo com Pereira. (Alessandra Saraiva)

 

Rio, 15 - O aumento de 1,2% no volume de vendas do comércio varejista em janeiro deste ano contra dezembro do ano passado representa "um transbordamento" do bom cenário no comércio do País registrado em 2010, quando o setor mostrou alta recorde de 7,5% ante 2009, para o início deste ano. A avaliação é do economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE Reinaldo Pereira.

 

Ele lembrou que, em dezembro, o desempenho na margem do volume de vendas do comércio varejista foi praticamente uma estabilidade, com alta de 0,2% contra novembro (dado revisado). Na época da divulgação dos dados do último mês de 2010, o técnico comentou com jornalistas que era preciso esperar os resultados dos próximos meses para ver se este desempenho se configuraria em uma tendência. "Agora podemos observar que aquela estabilidade não era uma tendência; tivemos uma alta expressiva na margem", disse.

 

Na avaliação do especialista, os sinais positivos do atual cenário macroeconômico conduziram à alta no volume de vendas em janeiro. Ele lembrou que o mercado de trabalho continua a apresentar bom desempenho, com taxas de desemprego baixas e resultados expressivos na massa salarial real. Isso, na prática, ajudou a manter em alta o poder aquisitivo do consumidor e, por consequência, a formar o desempenho positivo do comércio em janeiro, de acordo com Pereira.

 

Alimentos e bebidas

 

A alta de 1,2% no volume de vendas do setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo em janeiro ante o mês imediatamente anterior representa uma recuperação, já que as vendas desse segmento em dezembro caíram 0,4% contra novembro.

 

Para o economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE Reinaldo Pereira o consumidor em janeiro continuou com apetite para o consumo, mesmo com o susto originado do avanço da inflação no fim do ano passado.

 

Ele lembrou que a queda no volume de vendas de hiper e supermercados em dezembro, em base mensal, refletiu a cautela do consumidor brasileiro devido às elevações expressivas de preços, principalmente no setor de alimentos. No entanto, no começo deste ano, o brasileiro parece disposto a consumir gêneros alimentícios mesmo com os preços ainda relativamente em alta, de acordo com o especialista.

 

"Temos aí um cenário que conta com uma inércia do bom cenário do ano passado, quando tivemos aumento de renda, estabilidade de emprego. No primeiro mês do ano, isso não mudou, e alimentação é um gênero de primeira necessidade", disse. "O consumidor pode achar que algo está caro, mas faz suas substituições, troca de marca, procura preços mais baixos onde eles estiverem - mas não deixa de consumir", resumiu o especialista.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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