O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, elevou na sexta-feira passada sua projeção para a inflação acumulada do indicador de inflação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para 2011. Ele informou que a expectativa subiu de intervalo entre 5% e 5,5% para uma taxa de 5,8%, com viés de alta. Segundo Picchetti, o aumento na projeção é consequência do atual cenário de taxas mensais desconfortáveis que o índice apresentaram nos primeiros meses de 2010. - Na sexta-feira, a FGV informou que o IPC-S fechou março com taxa de inflação de 0,71%, ante 0,49% em fevereiro. Com este resultado, o índice acumulou no ano alta de 2,49% e, nos últimos 12 meses, taxa de 5,86%. Em 2010, o IPC-S fechou o ano com taxa acumulada de 6,24%. "Desde a metade do ano passado, a inflação deixou de ser tranquila", comentou Picchetti, ao chamar a atenção principalmente para o atual nível de alta do grupo serviços, que subiu 5,42% no primeiro trimestre e expressivos 16,7% nos últimos 12 meses até março. "Ela (a inflação) preocupa e merece atenção. Preocupa para mim explicitamente no sentido de que a trajetória de desaceleração que o próprio Banco Central prevê não está garantida."
De acordo com Picchetti, o viés de alta adotado para sua nova projeção está amparado pelo fato de que o IPC-S acumularia em 2011 uma taxa de 5,8%. "Isso aconteceria, na melhor hipótese, se conseguíssemos uma taxa média mensal de inflação para os próximos nove meses do ano de 0,35%", disse. "Isso não está garantido", acrescentou.
Veículo: DCI