Mercado já projeta inflação alta também no próximo ano

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O mercado financeiro elevou a projeção para a inflação em 2012, segundo o boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC). No caso da inflação em 2011, a estimativa dos economistas do mercado financeiro apontou leve alta. De acordo com a pesquisa, a expectativa para a inflação oficial neste ano subiu de 6% para 6,02%, em patamar ainda distante do centro da meta de inflação, que é de 4,5% para 2011. A meta tem margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

 

O mercado financeiro manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, em 4%, segundo o boletim Focus. Para o ano que vem, a projeção para o crescimento da economia seguiu em 4,3%. A estimativa para o avanço da produção industrial em 2011 passou de 4% para 4,08%. Para 2012, a projeção para a expansão da indústria recuou de 4,7% para 4,65%.

 

De acordo com a pesquisa Focus, os analistas também mantiveram a previsão para a taxa básica de juros (Selic) para o fim de 2011, em 12,25% ao ano. Hoje a taxa está em 11,75% ao ano. A projeção para a Selic no fim de 2012 seguiu em 11,25% ao ano.

 

Para o mercado de câmbio, os analistas preveem que o dólar encerre 2011 em R$ 1,70, o mesmo patamar estimado na semana passada. A projeção do câmbio médio no decorrer de 2011 passou de R$ 1,68 para R$ 1,67. Para o fim de 2012, a previsão para o câmbio seguiu em R$ 1,75.

 

O mercado financeiro alterou a previsão para o déficit nas contas externas em 2011. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano passou de US$ 63,20 bilhões para US$ 62,45 bilhões. Para 2012, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos estimado passou de US$ 70,00 bilhões para US$ 69,05 bilhões.

 

Já a previsão de superávit comercial em 2011 subiu de US$ 15,50 bilhões para US$ 16,10 bilhões. Para 2012, a estimativa para o saldo da balança comercial passou de US$ 9,00 bilhões para US$ 10,00 bilhões. Analistas mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011, em US$ 44,00 bilhões. Para 2012, a previsão recuou de US$ 44,00 bilhões para US$ 43,85 bilhões.

 

Investimentos

 

A incerteza dos investidores com relação ao crescimento da economia brasileira e, principalmente, com o controle da inflação pelo governo, são os principais fatores que impedem que a Bovespa deslanche, avalia o analista-chefe do Banif Invest, Oswaldo Telles. "O ponto central aqui é a inflação. O mercado precisa perceber que o governo está sendo bem sucedido no seu combate. Isso afetou o primeiro trimestre e deve continuar afetando o segundo", afirmou Telles. "Os investidores esperam outras medidas para segurar a alta dos preços. O mercado não está com confiança de que as coisas estão indo bem", acrescentou. Para ele, a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nos dias 19 e 20 de abril deve marcar o último aumento da taxa de juros.

 

Telles afirma que nos próximos meses os setores ligados à produção de commodities devem apresentar melhor desempenho na Bolsa. "Vão ser beneficiados por vantagem competitiva", afirmou. Commodities como metais e petróleo, estão em momento de apreciação no mercado internacional. Segundo ele, também devem ter valorização os setores cuja receita está atrelada à inflação, como geração de energia elétrica e concessões de rodovias. "Esses setores possuem barreiras contra valorização do real e são mais protegidos pela inflação", avalia.

 

Já os setores de construção civil e de varejo, de acordo com Telles, devem continuar a ter dificuldades de ganhos na Bovespa. "São mais afetados pelo aumento da taxa de juros e precisarão de mudança de cenário para voltarem a ter bom desempenho", avalia.

Veiculo: DCI


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