A importância dos produtos importados dos parceiros do Mercosul é menor do que era há dez anos para três dos quatro países do bloco.
Apenas a Argentina registrou crescimento na porcentagem de produtos comprados dos vizinhos desde 2001: de 29% para 34%, de acordo com a Associação Latino-Americana de Integração e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.
Os motivos para a queda no Brasil, no Paraguai e no Uruguai são distintos, segundo o cientista político da Universidade Federal Fluminense Thiago Rodrigues.
"O Brasil diversificou seus parceiros comerciais, enquanto o Uruguai tem se aproximado dos Estados Unidos, e o Paraguai, de Taiwan", diz Rodrigues.
Mesmo no caso da Argentina, a tendência é que os produtos do Mercosul percam em importância nos próximos anos, diz o advogado Felipe Herzog, especialista em comércio internacional.
"O governo argentino tem adotado diversas medidas para diminuir o deficit comercial, principalmente com o Brasil", diz Herzog.
Em 2010, o comércio bilateral foi favorável ao Brasil em US$ 4,1 bilhões.
Para Rodrigues, o papel do Mercosul é menos influente do que se imaginava quando foi criado. "Mas o Brasil não pode abrir mão do Mercosul, porque é um facilitador da relação com a Argentina."
Veículo: Folha de S. Paulo