Emprego sobe menos e indica desaceleração

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O mercado de trabalho começou a dar sinais de que a economia está num menor ritmo de expansão. Em março foram criados 92,6 mil postos de trabalho com carteira assinada, representando uma queda de 71% frente aos 315 mil novos empregos criados em fevereiro. Esse foi o resultado líquido do mês passado, quando houve um contingente recorde de demissões, de 1,673 milhão de trabalhadores, e as admissões somaram 1,765 milhão.

 

No trimestre, o total de admissões de 584 mil foi bem inferior às 708 mil vagas abertas em igual período de 2010, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem.

 

A redução de 71% na oferta de empregos no mês passado é explicada, em parte, pelo elevado nível das contratações de fevereiro. Com o deslocamento do Carnaval para março, houve antecipação das admissões no mês anterior. Um segundo fator foi a ocorrência de menos dias úteis no terceiro mês do ano frente ao segundo mês.

 


O Caged mostrou, também, que a queda na oferta de emprego decorreu de demissões concentradas no setor sucroalcooleiro, na agropecuária, no comércio e na construção civil. Também contribuição para essa performance a menor oferta de oportunidades nos órgãos públicos, na indústria da transformação e no setor de serviços. Somente o segmento hoteleiro e de restaurantes fechou 8,5 mil vagas em março, movimento também sazonal.

 

No mês passado, o setor de serviços liderou as contratações líquidas (60,3 mil vagas). Em seguida aparece a indústria de transformação (14,4 mil empregos), enquanto a agricultura gerou 11,4 mil postos.

 

Outro indicador que sinaliza arrefecimento no ritmo de expansão do mercado formal de trabalho é a expectativa para abril. Na avaliação do Ministério do Trabalho, as contratações deste mês serão maiores que as de março, mas não deverão atingir o saldo de 349 mil vagas abertas em abril de 2010.

 

Ainda assim, o ministro Carlos Lupi mantém a projeção de admissões líquidas de 3 milhões para este ano. Para ele, os próximos meses serão caracterizados pela maior oferta de oportunidades em todos os segmentos, com destaque para a construção civil. Lupi disse que as construtoras vão retomar obras após o período das chuvas e iniciarão empreendimentos vinculados à Copa e às Olimpíadas, demandando mão de obra.

 

Ele considera, também, que o consumo se manterá em alta, apesar das medidas do governo para frear a demanda. Ao apontar fatores que deverão fomentar a demanda, Lupi citou o aumento da renda das famílias.

 

Ontem, juntamente com o Caged de março, o Ministério do Trabalho divulgou o resultado do primeiro trimestre da variação dos salários médios de admissão. O relatório aponta alta real deflacionada pelo INPC de 2,92% nos salários médios pagos entre janeiro e fevereiro deste ano ante igual período de 2010. Nessa base de comparação, os valores médios pagos passaram de R$ 868,95 para R$ 894,32.

 

Os maiores acréscimos ocorreram em Pernambuco, Amapá, Paraná, Santa Catarina, Pará, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Considerando o grau de instrução, a maior valorização no período, de 4,91%, ocorreu nos salários pagos aos trabalhadores com curso superior completo. A menor variação, de 0,74%, foi verificada nos valores pagos a trabalhadores analfabetos.



Veículo: Valor Econômico


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