O mercado financeiro voltou a elevar a projeção para a inflação este ano, segundo o boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC).
De acordo com a pesquisa, a expectativa para a inflação oficial subiu de 6,26% para 6,29%, em patamar ainda mais distante do centro da meta de inflação, de 4,5%. A meta tem margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Os analistas mantiveram a projeção para a inflação em 2012 em 5%. No caso da inflação de curto prazo, o mercado elevou de 0,63% para 0,7% a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril de 2011. Para a inflação de maio, a taxa prevista seguiu em 0,42%.
O mercado manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, em 4%, segundo o boletim Focus. Para o ano que vem, a projeção para o crescimento da economia teve leve alta de 4,24% para 4,25%. A estimativa para o crescimento da produção industrial em 2011 passou de 4,05% para 4,08% e permaneceu em 4,68% para 2012.
De acordo com a pesquisa, os analistas também mantiveram a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2011, em 12,25% ao ano – hoje, a taxa está em 11,75% ao ano. Para o ano que vem, no entanto, a projeção subiu novamente, de 11,5% para 11,75% ao ano.
Para o mercado de câmbio, os analistas preveem que o dólar encerre 2011 em R$ 1,65, valor abaixo do R$ 1,68 estimado na semana anterior. A projeção do câmbio médio no decorrer de 2011 passou de R$ 1,66 para R$ 1,63. Para o fim de 2012, a previsão foi de R$ 1,72 para R$ 1,71.
O mercado financeiro alterou a previsão para o déficit nas contas externas para este ano.
A previsão para o déficit em conta corrente passou de US$ 62,20 bilhões para US$ 61,5 bilhões e de US$ 68,9 bilhões para 2012. Já a previsão de superávit comercial em 2011 subiu de US$ 17,01 bilhões para US$ 17,20 bilhões. Para 2012, a estimativa para o saldo da balança comercial passou de US$ 9,9 bilhões para US$ 10 bilhões.
Analistas mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011, em US$ 45 milhões.
Para 2012, a previsão aumentou de US$ 44,85 bilhões para US$ 45 bilhões.
IPC-S desacelera na quadrissemana encerrada em 15 de abril, a 0,83%
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) foi de 0,83% na quadrissemana encerrada em 15 de abril (segunda prévia do mês), segundo informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado indica desaceleração de 0,06 ponto percentual ante a taxa de 0,89% registrada na primeira prévia do mês.
Das sete classes de despesas usadas para cálculo do IPC-S, a principal contribuição para a taxa menor partiu do grupo Alimentação, cuja variação passou de 1,50% para 1,1% no período. Dos 21 itens componentes do grupo Alimentação, que tem forte peso no indicador, 13 apresentaram reduções. O destaque, segundo a FGV, ficou com os itens hortaliças e legumes (de 8,86% para 5,83%), frutas (de 0,56% para -1,02%) e pescados frescos (de 4,77% para 4,49%).
O grupo Habitação apresentou a mesma taxa de variação apurada na semana anterior, de 0,35%. O aumento no salário da empregada doméstica mensalista (de 1,06% para 1,2%) foi o que mais influenciou o grupo para cima, enquanto aluguel residencial (de 0,39% para 0,16%), o que mais pressionou no sentido contrário.
As demais classes de despesa do IPC-S continuaram em aceleração, com aumentos registrados nos grupos de Transportes (de 1,49% para 1,71%), Despesas Diversas (de 0,16% para 0,34%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,34% para 0,48%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,73% para 0,81%) e Vestuário (de 1,03% para 1,08%).
Segundo a FGV, os destaques para cada uma destas classes de despesa foram gasolina (de 2,66% para 3,76%), cigarro (de 0,33% para 1%), passagem aérea (de 2,65% para 4,99%), medicamentos em geral (de 0,76% para 1,29%) e roupas femininas (de 1,08% para 1,73%), respectivamente.
Veículo: Jornal do Commercio (RJ)