A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou queda em abril deste ano, na comparação com o mês anterior. Os preços no atacado subiram menos e foram os principais responsáveis pela desaceleração do Índice de abril, que recuou de 0,84% em março para 0,56% este mês, conforme divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, os produtos agrícolas tiveram o maior peso dentro do Índice de Preços por Atacado (IPA-10).
"O recuo foi puxado apenas pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), um dos três subíndices que compõem o IGP-10. O IPA variou 0,49% em abril, ficando abaixo do 0,99% de março. Esse resultado foi influenciado por produtos como alimentos in natura, que tiveram a taxa registrou 6,16% em abril contra 7,33% em março. As matérias-primas agropecuárias foram responsáveis por 0,42 ponto percentual da desaceleração registrada pelo índice, ou seja, mais de 80%", afirmou Salomão Quadros.
Na análise do economista, os preços dos alimentos in natura ainda continuam altos, mas começam a ceder um pouco. A taxa em abril foi de 6,16%, contra os 7,33% registrados em março.
"O que está puxando a desaceleração é o tomate, que subiu 24,71% em março e agora registrou alta de 7,13%. Em compensação, o feijão está numa fase de pressão forte, passando de queda de 1,54% em março para uma alta de 17,32% em abril, por causa da entressafra. Mas é uma situação transitória. Se não houver uma queda de safra, um problema climático, vai acabar cedendo", disse Quadros.
"A carne bovina também desacelerou, de 2,61% para 1,83% em abril. Em 12 meses, a carne bovina acumula alta de 22,48%. A retomada nas exportações deve sustentar os aumentos, mas num ritmo menor. O mercado interno não comportaria um novo reajuste desse porte."
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) tiveram alta na inflação. O IPC variou de 0,59% para 0,77% em abril. E o INCC passou de 0,33% para 0,52%.
Veículo: DCI