Minas aposta na diversificação

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Flexibilidade na negociação e receptividade ajudam o desenvolvimento de novas vocações.

 

A secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, aproveitou ontem o balanço dos primeiros 100 dias do governo Antonio Anastasia para reiterar que a aposta do Executivo estadual, no que diz respeito à atração de investimentos, é a diversificação do parque industrial mineiro, que tem viabilizado o aumento dos aportes em 2011, principalmente a partir de novos projetos.

 

Segundo ela, em função da flexibilidade nas negociações e da receptividade do governo para novas inversões, Minas tem desenvolvido outras vocações. "Todo investimento é bem-vindo. Como não estabelecemos prioridades, ou seja, estamos abertos a qualquer tipo de proposta, temos detectado chances interessantes em diversas áreas, que não estão entre as mais tradicionais do Estado", argumentou.

 

A secretária destacou o fortalecimento do segmento automotivo voltado para a fabricação de veículos pesados. "Além da planta da Iveco, em Sete Lagoas (região Central), e da unidade da Mercedes na Zona da Mata, que também iniciará a produção de caminhões, estamos disputando a vinda de outra montadora, mas a situação ainda está indefinida, porque a disputa com os outros interessados está acirrada", afirmou.

 


Distribuidores - Conforme Dorothea Werneck, outro destaque seria a implantação de centros de distribuição (CDs) nas regiões Metropolitana de Belo Horizonte, Norte e Zona da Mata. "Os projetos estão em análise, em fase de aprovação. Este nicho de mercado é muito estratégico, já que Minas é um Estado central em relação ao resto do país, próximo ao eixo Rio-São Paulo e às regiões Centro-Oeste e Nordeste. Como o desenvolvimento do Brasil tem acontecido de forma mais acelerada no Norte e no Nordeste, a iniciativa é muito oportuna", explicou.

 

Sem revelar nomes, ela adiantou que os empreendimentos não estão ligados às empresas do setor atacadista, como já ocorre no caso dos centros de distribuição instalados no Triângulo Mineiro, que estão entre os maiores e mais importantes do país.

 

Além disso, indústrias do segmento de bens de capital também estão interessadas na realização de investimentos em Minas, segundo a secretária. "Seria na área de máquinas e ferramentas, um projeto parecido com o da Black & Decker, já aprovado neste ano", revelou, sem dar maiores detalhes.

 

A Black & Decker do Brasil Ltda, fabricante de eletrodomésticos e ferramentas elétricas, anunciou em fevereiro a expansão de sua unidade localizada em Uberaba, no Triângulo. Serão investidos R$ 41 milhões para ampliação da produção e distribuição dos produtos, especialmente da marca Stanley, incorporada no ano passado pela multinacional.

 

Foxconn - Em relação à planta da taiwanesa Foxconn, que anunciou nesta semana inversões de US$ 12 bilhões para a produção de componentes eletrônicos para computadores, celulares e tablets - como o Ipad - no Brasil, a secretária lembrou que o Estado está na disputa pelo investimento, uma vez que reúne todas as condições necessárias à instalação do complexo industrial.

 

"Temos os melhores centros de qualificação de mão de obra para o setor eletroeletrônico, tanto para cargos de nível técnico quanto de nível superior. Há um polo do segmento, o Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí (Sul de Minas), mas o Triângulo Mineiro também é uma opção", avaliou.

 

Dorothea Werneck disse ainda que se reunirá ainda neste mês com o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues, para definir a estratégia que será apresentada à companhia de Taiwan. "Vamos montar um conjunto completo de propostas, que abrangem todas as áreas prospectadas pela empresa", esclareceu.

 

Quanto à intenção do governo estadual de viabilizar a formação de um polo aeronáutico em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a secretária afirmou que a proposta faz parte do projeto de desenvolvimento do Vetor Norte da Capital.

 

"Há um instituto de pesquisa, centros de manutenção e treinamento e simuladores de voo, tudo para concretizar o polo a partir da iniciativa privada. Estamos em negociação com a Gol. A Trip também já demonstrou interesse, há ainda a TAM e a Azul, todas apresentando suas ações específicas. O projeto está avançando rapidamente, embora o processo de negociação seja longo", disse.

 

Veículo: Diário do Comércio (MG)


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