Em consonância com os valores de março da cesta básica do Grande ABC, o grupo de alimentos na Capital teve alta de 2,24% no mês passado em relação a fevereiro. O estudo foi divulgado ontem pelo Procon-SP em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
O custo médio dos itens na Capital, há dois meses, era de R$ 307,29 e passou para R$ 314,18 em março - R$ 6,89 mais caro ao consumidor.
No conjunto de itens, os grupos que mais variaram para cima foram os de alimentação, com elevação de 2,73%, seguido por limpeza, com crescimento de 0,33% e higiene pessoal, 0,23% maior do que em fevereiro.
Apesar de as famílias gastarem mais com a cesta no mês passado, a variação no ano é negativa. De 31 de dezembro a março, houve queda de 1,54%. No acumulado de 12 meses, o balanço é de crescimento mais expressivo: 7,50%.
O Procon revelou que último recorde do valor da cesta básica ocorreu em dezembro, quando atingiu R$ 324,24.
Na cesta paulistana, 22 itens compõem o carrinho de compras. Do montante, 17 tiveram comportamento de subida nos preços, segundo a pesquisa. Apenas o extrato de tomate, farinha de trigo, açúcar refinado e arroz recuaram. Já a linguiça foi a única que teve o preço mantido entre os dois últimos meses.
Dentro do subgrupo alimentação, a cebola foi a campeã de aumentos. Subiu 49,17% em um mês. A batata ficou 22,54% mais cara, a margarina 12,50% e os ovos e o alho com altas de 8,85% e 8,72%, respectivamente.
Segundo o levantamento, a cebola teve forte alta por conta da baixa qualidade percebida nas vendas de março, catapultando o preço do quilo a R$ 1,79 (ante o R$ 1,20 cobrado em fevereiro. O descarte chega a 25% nas principais regiões produtoras do País.
Já o quilo da batata saltou de R$ 1,42 para R$ 1,74 em apenas um mês. Neste produto, a falta de oferta justificou a elevação. A produção escasseou não apenas no Brasil, como também no Uruguai, contribuindo para aumentar exportações.
Diversos fatores contribuiríram para as oscilações. Problemas climáticos, questões sazonais, excesso de demanda, preço das commodities e escassez de oferta para alguns produtos foram os princiapais motivos.
REGIÃO
O último balanço semanal da cesta básica no Grande ABC, divulgado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) na quinta-feira, deu conta que, após sucessivas altas semanais consecutivas entre os produtos, houve recuo de cerca de meio ponto percentual no carrinho de compras. Tal queda representou para o bolso do consumidor economia de R$ 1,52 no caixa.
A cesta da região custa atualmente R$ 359,69. Valor 14,4% mais caro do que na Capital. Porém, o fato de o consumidor das sete cidades desembolsar R$ 45,51 a mais pela cesta básica se justifica porque tem número maior de itens: 34 - ou 12 a mais do que a de São Paulo.
Veículo: Diário do Grande ABC