A inadimplência dos consumidores cresceu 8,2% em maio ante abril, o que representa a maior alta mensal desde março de 2010, de acordo com dados divulgados ontem pela Serasa Experian, empresa especializada em análise de crédito. Em relação a maio do ano passado, a inadimplência dos consumidores avançou 21,7% no quinto mês de 2011. De janeiro a maio deste ano, a elevação acumulada é de 20,6% ante o mesmo período de 2010.
Segundo os economistas da Serasa Experian, o crescimento da inadimplência reflete a elevação das taxas de juros e as medidas do governo federal de restrição ao crédito e controle da inflação. A instituição também afirma que os gastos com presentes no Dia das Mães e as dívidas acima da capacidade de pagamento agravaram a situação dos consumidores.
"O brasileiro continua se endividando, principalmente na aquisição de bens duráveis, que têm maior valor agregado, longos prazos de parcelamento e formas mais caras de crédito, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial", diz a instituição, em nota. Os economistas também lembram que maio teve um número maior de dias úteis na comparação com abril, o que contribuiu para a alta da inadimplência.
Dívidas - Todos os indicadores pesquisados pela Serasa Experian apresentaram alta entre abril e maio, mas a inadimplência com os bancos foi a principal responsável pelo crescimento do indicador geral, respondendo por praticamente metade do índice. Na comparação mensal, a inadimplência com o bancos avançou 9,7%. Já a inadimplência ligada a dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas e prestadores de serviços, como telefonia e luz) subiu 5,1%. A inadimplência com cheques avançou 11,5% e os títulos protestados tiveram alta de 20,7%.
O valor médio das dívidas com bancos nos cinco primeiros meses de 2011 foi de R$ 1.292,01, o que representa um recuo de 3,8% em relação ao mesmo período de 2010. Na mesma comparação, o valor médio das dívidas não bancárias foi de R$ 314,74, um recuo de 19,8%. Já o valor médio das dívidas resultantes de cheques sem fundo (R$ 1.302,49) e títulos protestados (R$ 1.279,84) cresceram 6,7% e 10,2%, respectivamente.
A redução da atividade econômica varejista foi constatada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de vendas no varejo caiu 0,2% entre abril e março deste ano, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada na última sexta-feira. A redução, apesar de pequena, pôs fim a uma trajetória de 11 meses de crescimento nas vendas do comércio.
Dia dos Namorados - As vendas para o Dia dos Namorados aumentaram este ano, segundo dados divulgados ontem pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) para vendas a prazo subiram 3,5% entre 1º e 12 de junho - período de vendas para o Dia dos Namorados -, na comparação com igual intervalo de 2010. As consultas ao SCPC/Cheque (um termômetro para as vendas à vista) cresceram 9,1%. A média dos dois sistemas apontou alta de 6,3%.
"O movimento do varejo foi bom não apenas pelo Dia dos Namorados, mas também pela temperatura fria que estimulou as vendas, especialmente do vestuário", disse o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato.
As vendas do comércio para o Dia dos Namorados cresceram 8,6% durante a semana de 6 a 12 de junho em relação a igual período do ano passado. o que mostra o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio - Dia dos Namorados 2011, divulgado na última segunda-feira.
O resultado foi menor que o registrado em 2010, quando houve um crescimento nas vendas de 10,9%, mas para os economistas da Serasa o resultado é positivo, pois a base de comparação 2009/2010 é elevada.
As compras de última hora também cresceram. De 10 a 12 de junho, a elevação foi de 4,9%, na comparação com o final de semana correspondente de 2010 (11 a 13 de junho). No ano anterior, as vendas de última hora tiveram uma elevação mais tímida, de 2,9%.
Na cidade de São Paulo, as vendas para o Dia dos Namorados cresceram 6% na semana da data. No fim de semana, por sua vez, a elevação foi de 4,8%. Já no ano anterior, as elevações foram de 6,5% na semana, e de 12,7% no fim de semana da data.
Para os economistas da Serasa Experian, o fato do Dia dos Namorados 2011 ter caído no domingo estimulou as atividades locais nas cidades de todo o país, o que normalmente favorece os setores de entretenimento e shopping centers. O frio, nas regiões Sul e Sudeste, acelerou as vendas de confecções, como já era previsto. (AE/ASN)
Veículo: Diário do Comércio - MG